quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Milena Boniolo despolui água com casca de banana


As toneladas de casca de banana jogadas no lixo pelos brasileiros, ajudando na superlotação dos aterros, podem ter um destino muito mais nobre: a despoluição da água contaminada pelas indústrias por metais pesados. Foi o que descobriu, em sua tese de mestrado, a química paulista Milena Boniolo, que agora procura pequenas empresas dispostas a aplicar a técnica

Pesquisa realizada neste ano, pela Fundação SOS Mata Atlântica, apontou que, atualmente, todos os cursos d’água do Brasil estão poluídos, entre outros resíduos, por conta dosmetais pesados jogados na água pelas indústrias do país (saiba mais em: Todos os cursos d'água do país estão poluídos). A situação não é boa e, ironicamente, podemos estar jogando fora, todos os dias, toneladas de um dos resíduos mais promissores no processo de despoluição da água contaminada por efluentes radioativos: a casca da banana.

A descoberta foi feita pela química brasileira Milena Boniolo, especialista em tratamento de águas residuárias, que garante que, além de ser uma alternativa ao desperdício de alimentos no país, o uso da casca da banana para livrar a água de metais pesados é uma das opções mais viáveis e baratas para as indústrias nacionais (no Blog da Redação, já falamos sobre isso: Casca de banana pode despoluir a água).

Confira, abaixo, a entrevista exclusiva que a especialista concedeu ao Planeta Sustentável a respeito do assunto.

Por que a casca da banana pode ser usada na despoluição da água contaminada por efluentes radioativos?
Esta foi uma descoberta que fiz na época em que trabalhava no Ipen - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, da USP. Eu sempre me dediquei ao estudo de soluções que visassem à descontaminação da água, porque me interessava em buscar caminhos para tentar reverter este mal que o próprio homem, e ninguém além dele, está causando ao planeta e que pode ter consequências bem desastrosas. No entanto, todas as soluções que encontrava para o problema da poluição da água por efluentes radioativos - como as nanopartículas, por exemplo - eram caras e, por isso, não via chances de popularizá-las no país. Até que, em um dos meus experimentos, fiz uma farofa de casca de banana e percebi que, ao jogá-la na água, ela atraia para si os metais pesados presentes no recurso. A descoberta me fascinou, tanto que virou tema do meu mestrado, e ao investigar melhor o fenômeno, descobri que a reação química acontecia porque a casca da banana possui moléculas de carga negativa que atraem para si substâncias carregadas positivamente, como os metais pesados.

Mas por que você escolheu a banana como base da sua pesquisa? 

Foi uma sucessão de coincidências. Fiquei sabendo a respeito de alguns trabalhos na Índia que utilizavam a palha do arroz - um alimento muito comum no país - para remover o corante da água. Depois disso, comecei a refletir: "O que tem na minha mesa, qual é a comida que não é aproveitada 100% no meu país e que pode ser usada na descontaminação da água?". Foi, então, que assisti na TV a uma reportagem sobre odesperdício de alimentos, com dados de 2008, que dizia que, todos os dias, apenas na Grande São Paulo, quatro toneladas de casca de banana são jogadas no lixo. Era asolução sustentável que eu procurava, porque, além de resolver o problema da contaminação da água por metais pesados, ela agrega valor a algo que consideramos lixo, sem ser, e que ajuda a lotar ainda mais nossos aterros sanitários.

Qual o passo a passo do processo de descontaminação da água com cascas de banana? 

O processo é simples. Para potencializar as propriedades da casca da banana é preciso deixá-la exposta ao sol por dias e, em seguida, triturá-la e peneirá-la. A farofa que se forma é colocada na água para atrair para si os metais pesados. O foco do meu estudo foi o urânio, já que entre os objetivos do Ipen estão as pesquisas nucleares, mas a casca de banana também é capaz de atrair da água outros metais pesados que impactam a saúde humana e o meio ambiente, como o cádmio, o níquel e o chumbo.

Fonte:http://planetasustentavel.abril.com.br

EUA dão passo rumo à liberação da venda de salmão transgênico

Análise preliminar do FDA diz que peixe não representa ameaça ambiental.
Animal cresce duas vezes mais rápido do que salmão comum.

Imagem mostra dois espécimes de salmão, um maior e geneticamente modificado, e outro com tamanho normal (Foto: Divulgação/Aquabounty)Imagem mostra dois espécimes de salmão da mesma idade, um maior e geneticamente modificado, do tipo que pode vir a ser vendido, e outro com tamanho normal (Foto: Divulgação/Aquabounty)
A criação de um tipo de salmão transgênico que cresce duas vezes mais rápido que o normal não traz riscos ambientais, segundo uma análise preliminar divulgada pelo FDA, o órgão dos Estados Unidos que fiscaliza a venda de remédios e alimentos.

O documento do órgão foi divulgado nesta semana, segundo veículos de imprensa dos EUA. Sua liberação foi considerada um "sinal verde" e mais um passo rumo à produção do salmão geneticamente modificado para consumo.

Uma análise anterior do FDA, produzida em 2010, afirmou que o salmão transgênico "é tão seguro como alimento quanto o salmão convencional, e há uma razoável certeza de que não haveria problemas com seu consumo".

O órgão federal vai abrir uma consulta pública sobre ambos os documentos pelos próximos 60 dias, a partir desta quarta-feira (26).

Hormônio do crescimento

Para a criação do peixe, a empresa AquaBounty alterou geneticamente uma espécie conhecida como salmão do Atlântico e inseriu genes de outra espécie, chamada de salmão do Pacífico ou salmão-rei. O trecho de DNA inserido define a produção de um hormônio do crescimento, o que faz com que o peixe amadureça mais cedo e tenha tamanho maior do que o normal.

A empresa propôs ao FDA que os peixes sejam produzidos fora dos EUA e que sejam criadas apenas fêmeas estéreis - somente a carne seria vendida em território americano, o que evitaria ameaça ambiental caso os peixes escapassem.

Ativistas ambientais e defensores de alimentos saudáveis estão em alerta por conta da medida, diz o "Washington Post". Países da União Européia já baniram alguns alimentos transgênicos, e instituíram rótulos e marcas para informar os consumidores sobre as modificações genéticas.


Fonte: g1.globo.com

Aquário explode, mata tubarões e fere 15 pessoas na China

Imagem de câmera de segurança mostra o aquário explodindo e atingindo pessoas em um shopping de Xangai Foto: Reprodução
Imagem de câmera de segurança mostra o aquário explodindo e atingindo pessoas em um shopping de Xangai
Um aquário gigante explodiu em um shopping de Xangai, na China, deixando 15 pessoas feridas. Três tubarões-limão e dezenas de tartarugas e peixes menores morreram no incidente, cujas causas não foram descobertas. Imagens de câmeras de segurança mostram clientes do shopping parados em frente ao tanque quando o vidro acrílico de 15 cm de espessura se rompeu.

Água e cacos de vidro voaram sobre as pessoas - algumas conseguiram se levantar e pedir ajuda, enquanto outras precisaram ser carregadas. "Havia vários ferimentos causados por pedaços de vidro, alguns graves porque ele era muito grosso. Estamos investigando o que causou isso", disse um porta-voz da polícia ao Australian Times.

As autoridades acreditam que oito dos 15 feridos eram clientes do shopping, e sete eram vendedores e funcionários da segurança. Chen Yongping, um funcionário da direção do centro de compras, disse que o estabelecimento não pretende ter outro aquário no futuro.

Com informações do jornal online RT.

Fonte: Terra
                                   

Brasileiros darão volta ao mundo para ver ameaça do plástico ao mar

Casal vai percorrer oceanos e coletar amostras para pesquisa da USP.
Expedição deve durar 2 anos e percorrer ao menos 20 países

Um casal de brasileiros assumiu a responsabilidade de contribuir com a ciência para obter mais detalhes sobre o impacto do plástico nos oceanos. Eles resolveram dar a volta ao mundo a bordo de um veleiro para colher amostras da água, que poderão fornecer detalhes sobre a atual situação dos mares.

Os paulistas Marcela Rocha e Danilo Mesquista embarcam nesta terça-feira (25), dia de Natal, na primeira etapa da “Expedição 4 Ventos", que deve durar pelo menos 2 anos e pretende percorrer 48,2 mil km, passar por ao menos 20 países e cruzar os Oceanos Pacífico, Atlântico e Índico.

Em parceria com o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), eles recolherão amostras para auxiliar na investigação do microplástico, partículas de 5 milímetros de materiais orgânicos sintéticos que ficam na superfície do mar e ameaçam a biodiversidade.

A paixão pelo mar, aliada ao hobbie do casal por aulas de mergulho, desenvolveu a preocupação em preservar o universo marinho -- cuja perda da biodiversidade fez acender um alerta mundial.

Os brasileiros Marcela Rocha e Danilo Mesquita vão dar ao volta ao mundo em um veleiro e ajudar a ciência a obter detalhes sobre a contaminação dos mares pelo plástico (Foto: Divulgação)Os brasileiros Marcela Rocha e Danilo Mesquita darão a volta ao mundo em um veleiro e vão ajudar a ciência a obter detalhes sobre a contaminação dos mares pelo plástico (Foto: Divulgação)
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), 13 mil partículas de lixo plástico são encontradas em cada quilômetro quadrado do mar, mas o problema é maior no Norte do Pacífico.

As partículas plásticas estão sendo aspiradas pelas criaturas do mar e pelas aves, e a mistura é rica em produtos químicos tóxicos. Pássaros e peixes morrem de inanição por confundirem as partículas plásticas com alimento. Estudos já comprovaram que até mesmo os plânctons, a base da cadeia alimentar, estão sendo impactados.

Em entrevista ao G1 direto de Miami, nos Estados Unidos, de onde o veleiro modelo Gulfstar 37 partirá nesta terça, Marcela Rocha, componente da missão, afirmou que a coleta das micropartículas será feita por uma rede especial desenvolvida pela USP em parceria com a Administração Nacional dos Oceanos e da Atmosfera (NOAA, na tradução do inglês), instituto do governo dos EUA.

Chamada de rede de Nêuston, o equipamento vai recolher o plástico da superfície marinha e as amostras serão enviadas, sob refrigeração, para os laboratórios da USP. “Acreditamos que o estudo pode contribuir para a constatação sobre a realidade das águas do planeta, além de um plano de prevenção para a preservação da vida marinha”, explica.

O veleiro da "Expedição 4 Ventos", que vai partir nesta terça-feira (25) dos EUA rumo a Cuba. O projeto deve durar ao menos dois anos (Foto: Divulgação)O veleiro da "Expedição 4 Ventos", que vai partir nesta terça-feira (25) dos EUA rumo a Cuba. O projeto deve durar ao menos dois anos (Foto: Divulgação)
O veleiro
Um Gulfstar 37 pés será o meio de transporte do casal – que já se prepara psicologicamente para a convivência no isolamento. “O Danilo já me alertou que se a TPM pegar pesada, vou para o bote de salvamento”, brinca Marcela, que é radialista e abandonou a profissão pelo projeto (mesma decisão tomada por Danilo, também radialista).
Preparado com um dessalinizador (que transforma água salobra em potável), além de ser autossuficiente em energia, graças a um painel solar e um gerador eólico, o barco terá comunicação via satélite, internet e telefone, com o apoio de uma empresa de telefonia móvel.
O navio sairá de Miami em direção a Cuba, atravessando o Mar do Caribe rumo ao Panamá, onde terão acesso ao Oceano Pacífico, com foco na parte Sul. Depois, cruzarão parte da Ásia, acessando o Oceano Índico, até o Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, onde entram nas águas do Atlântico Sul, rumo ao Brasil. A previsão é que veleiro chegue em águas brasileiras em fevereiro de 2015.

Segundo Marcela, a expedição visitará áreas ainda inóspitas, carentes de estudos, principalmente aquelas do Pacífico Sul e Atlântico Sul. Ela afirma que a ilha de Lixo conhecida como “Grande Porção de Lixo do Pacífico”, localizada entre os EUA, Canadá e o Havaí, não será alvo da pesquisa.
  volta ao mundo (Foto:    )


Desafio mundial
A proteção dos oceanos se tornou uma das principais bandeiras da Organização das Nações Unidas (ONU). Neste ano, durante a conferência Rio+20, países negociaram a criação de regras mais duras para preservação marinha, com o objetivo de proteger a biodiversidade e não impactar a segurança alimentar.Rosalinda Montone, professora do Instituto Oceanográfico da USP e responsável por analisar as partículas de poluentes recolhidas em alto mar, disse que esses fragmentos podem impactar a cadeia alimentar dos oceanos.
Ela ressalta a importância da expedição e disse que a captação de amostras é uma das partes mais difíceis do projeto. “Vamos depender muito de coleta, considerada uma parte crítica e cuidadosa”, disse.
Ela afirma que o objetivo da parceria entre o IO e a expedição é realizar um mapeamento dos pontos do planeta onde ocorrem alta concentração de partículas de plástico. “Temos que pensar no uso do plástico no continente, não no mar. Certamente será um dos grandes desafios da humanidade”, explica a pesquisadora.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Cientistas encontram nova espécie de primata que tem mordida tóxica

Mamífero conhecido como lóris foi encontrado na ilha indonésia de Bornéu.
Apesar de venenosa, espécie está ameaçada de extinção na natureza.

Primata venenoso (Foto: Divulgação/Ch'ien Lee)
Imagem de exemplar do lóris kayan, encontrado recentemente na Indonésia (Foto: Divulgação/Ch'ien Lee


Cientistas da Universidade de Missouri Columbia, nos Estados Unidos, identificaram na região de Bornéu, naIndonésia, uma nova espécie de primata do gênero Nycticebus, conhecido como lóris lento e que tem uma mordida venenosa.

Durante um trabalho de identificação de primatas, os cientistas conseguiram diferenciar quatro espécies de lóris lento ao analisar a coloração da pele, principalmente em partes do corpo e do rosto – onde as diferentes cores funcionam como uma impressão digital do animal.

Com isso, foi possível colher detalhes de três espécies, até então pouco estudadas, e a confirmação da existência de um novo animal, batizado de Nycticebus kayan, também conhecido como lóris kayan. O trabalho foi divulgado no periódico "American Journal of Primatology".

Venenosos, mas vulneráveis
Os lóris lentos são animais classificados como vulneráveis ou ameaçados de extinção pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) e estão distribuídos pelo Sul da Ásia, como a região de Bangladesh, parte da China e na área de Bornéu.

Esses primatas são relacionados aos lêmures, devido às semelhanças na aparência. No entanto, a diferença entre eles é que os lóris detêm uma mordida tóxica, característica rara entre os mamíferos.

Uma toxina produzida por uma glândula existente em seu braço é ativada quando é misturada à saliva. O veneno, segundo os pesquisadores, inibe ataques de predadores – como seres humanos, águias e orangotangos.

Segundo um dos autores do estudo, a descoberta da nova espécie é um indício de que grande parte do território de Bornéu, que, apesar de ser protegido sofre com a ação humana, precisa ser ainda mais conservado, já que pode abrigar animais que não foram ainda descritos pela ciência. Os estudiosos alertam ainda para o intenso tráfico de lóris lentos que ocorre na Indonésia.


Relatório vazado na internet reafirma influência humana sobre o clima

Texto preliminar do IPCC diz que temperatura pode subir até 4,8ºC.
Painel de cientistas alertou que versão final ainda pode ser mudada.

Os cientistas especializados em clima estão mais certos do que nunca de que os humanos são responsáveis pelo aquecimento global, pela elevação dos níveis das marés e pelos casos de clima extremo, de acordo com um relatório preliminar feito por um painel de especialistas.

O documento preliminar, que foi vazado na internet e ainda pode ser modificado antes da divulgação da versão final, em 2013, mostrou que o aumento nas temperaturas médias globais desde a era pré-industrial deve exceder os 2ºC até 2100, e pode chegar a 4,8ºC.

"É extremamente provável que as atividades humanas tenham causado mais da metade do aumento observado na média global das temperaturas da superfície desde os anos 1950", diz o relatório preliminar do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC).

Na linguagem usada pelo IPCC, "extremamente provável" significa um nível de certeza de ao menos 95%. O nível seguinte é "praticamente certo", ou 99%, a maior certeza possível para os cientistas.

O relatório anterior do IPCC, de 2007, informou que havia uma certeza de ao menos 90% de que as atividades humanas, principalmente a queima dos combustíveis fósseis, eram a causa do aumento das temperaturas. O documento preliminar apareceu em um blog cético à mudança climática.

O IPCC informou que o post prematuro e não autorizado com o documento poderá provocar confusão, porque o relatório ainda estava sendo feito e provavelmente mudaria antes de sua divulgação.

Uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) na semana passada, destinada a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, não produziu avanço signicficativo. Três países - Canadá, Rússia e Japão - abandonaram o Protocolo de Kyoto e seus limites às emissões.

Degelo na Groenlândia pode não impactar tanto a elevação do nível do mar, afirmam cientistas (Foto: Divulgação/Ian Joughin/Science)
Degelo da calota polar  na Groenlândia  (Foto: Divulgação/Ian Joughin/Science)


Os EUA nunca ratificaram o pacto. O Protocolo também exclui os países em desenvolvimento, onde as emissões aumentam com maior rapidez.

Um grupo de países concordou em estender o Protocolo de Kyoto até 2020, mas o conjunto é responsável por menos de 15% das emissões mundiais de gases-estufa. As nações em desenvolvimento afirmaram que pressionarão, no ano que vem, por um mecanismo radical da ONU que os compense pelo impacto da mudança climática.

O IPCC afirmou ter um alto grau de confiança de que a atividade humana tenha causado as mudanças em larga escala nos oceanos, nas placas de gelo ou nas geleiras das montanhas e nos níveis dos oceanos na segunda metade do século 20, de acordo com o relatório preliminar. O documento afirma que os casos de clima extremo também mudaram em razão da influência humana.

Ameaça às cidades
O relatório prevê cenários com um aumento nas temperaturas entre 0,2 e 4,8ºC neste século - uma faixa mais estreita do que em 2007. Mas, em quase todos os cenários, o aumento seria maior do que 2ºC.

Em 2010, governos de vários países prometeram tentar conter o aumento global de temperaturas em mais de 2ºC, considerado pelos cientistas o limite máximo a fim de evitar mais climas extremos, secas, inundações e outros impactos da mudança climática.

As concentrações de dióxido de carbono na atmosfera eram as mais altas em 800 mil anos, segundo o relatório preliminar. O documento também afirma que os níveis dos oceanos devem subir para entre 29 e 82 centímetros até o fim do século - em comparação com os 18 a 59 centímetros projetados no relatório de 2007.

O aumento no nível dos oceanos pode ameaçar os habitantes de áreas de baixa altitude, de Bangladesh às cidades de Nova York, Londres e Buenos Aires. O fenômeno aumenta o risco de ondas de tempestades, erosão na costa e, no pior dos casos, a inundação completa de grandes áreas de território.

Fonte: g1.globo.com

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Mata tropical tem 18 mil espécies de artrópodes por hectare

Um esforço sem precedentes, reunindo mais de uma centena de cientistas, esquadrinhou uma floresta tropical do Panamá de alto a baixo na tentativa de responder uma pergunta aparentemente simples: quantas espécies de artrópodes (o grupo dos insetos e aranhas, entre outros bichos) existem ali?

O resultado -nada menos que 18 mil tipos de artrópodes em apenas meio hectare de mata- é a estimativa mais precisa já obtida a respeito da diversidade desses seres, que correspondem a mais de 80% dos animais da Terra.

"Até onde sabemos, conseguimos amostrar todos os habitats, do solo da floresta ao alto das árvores, e todos os principais grupos de artrópodes", diz o brasileiro Sérvio Pontes Ribeiro, da Universidade Federal de Ouro Preto, coautor do estudo na edição de hoje da revista "Science".


Cientistas em guindaste recolhem amostras de insetos no alto das arvores em floresta do Panama
Cientistas em guindaste recolhem amostras de insetos no alto das arvores em floresta do Panama

Ribeiro é especialista na diversidade de bichos no chamado dossel superior, a área mais alta da floresta.

Paradoxalmente, diz ele, o ambiente nessa região lembra o do cerrado: muita luz solar, pouca umidade e nutrientes mais escassos.

As condições especiais favoreceram a evolução de insetos que põem seus ovos dentro das folhas e formam uma espécie de tumor vegetal nelas -um abrigo mais úmido e nutritivo para elas.

Mapeando esse e outros ambientes com vários tipos de armadilhas e redes, os cientistas estimam que, em toda a floresta de San Lorenzo, com seus 6.000 hectares, há cerca de 25 mil espécies.

Curiosamente, um único hectare é suficiente para abrigar dois terços desse total.

"Essa é a grande mudança trazida pelo nosso estudo", afirma Ribeiro.

"Achava-se que a maioria das espécies de artrópodes existia em espaços muito pequenos. O que nós estamos vendo é que elas ocorrem em áreas amplas e provavelmente precisam de territórios grandes."

A equipe está replicando a metodologia em outros lugares, como a Austrália e Vanuatu, na Polinésia.

Com mais dados, a expectativa é que seja possível ter uma ideia mais clara sobre outro número misterioso: quantas espécies, no total, existem na Terra toda.


Fonte: Folha de S. Paulo

Cientistas criam antídoto para veneno letal de água-viva

Composto com zinco combate liberação de potássio de células sanguíneas.
Teste foi feito com camundongos; resultado foi publicado na 'PLoS ONE'.

Cientistas da Universidade do Havaí descobriram que a ação do veneno proveniente da queimadura da água-viva-caixa-australiana, que, segundo pesquisadores, é um dos animais mais letais do mundo, pode ser retardada com a administração de um composto com zinco.

Uma pesquisa sobre o novo tipo de tratamento foi publicada nesta terça-feira (12) no periódico científico “PLoS ONE”.

O veneno desses cnidários é capaz de matar rapidamente se entrarem na pele e atingirem o sistema sanguíneo. Em testes feitos com o sangue humano e com camundongos, foi possível verificar que o veneno, ao entrar em contato com poros da parede celular, faz com que as células vermelhas do sangue liberem uma grande quantidade de potássio, causando parada cardíaca e até morte.

Segundo Angel Yanagihara, principal autor do estudo, o grupo de pesquisa buscou entender como o veneno da água-viva-caixa podia agir de forma tão rápida. Ele afirma que os estudiosos descobriram hemolisinas, um tipo de exotoxina produzida por bactérias, presentes no veneno da água-viva.

Tais substâncias seriam responsáveis por uma “avalanche” de reações nas células. “Isso inclui uma liberação maciça, quase que instantânea, de potássio, que pode causar colapso cardiovascular agudo”, explicou o pesquisador em um comunicado.

Os autores então trataram as células atingidas com um composto de zinco chamado de gluconato de zinco, que conseguiu inibir o processo de liberação do potássio. Eles verificaram que o composto tornou lenta a formação de poros na parede das células sanguíneas e elevou o tempo de sobrevivência de camundongos testados.

A pesquisa sugere que a administração rápida do composto com zinco pode ser um potencial antídoto para salvar a vida de humanos vítimas de picadas das água-vivas.

Imagem de exemplar da água-viva-caixa-australiana. Veneno deste animal pode ser letal para humanos (Foto: Robert Hartwick/PLoS ONE)Imagem de exemplar da água-viva-caixa-australiana. Veneno deste animal pode ser letal para humanos (Foto: Robert Hartwick/PLoS ONE)
Fonte: g1.globo.com

Espécies recém-descobertas passam décadas em gaveta de museu

Pesquisadores franceses especialistas em biodiversidade fizeram uma conta nada animadora: em média, passam-se mais de 20 anos entre a descoberta de uma espécie e sua descrição, ou seja, o "batismo" formal com um nome científico.

O dado, que está em artigo recente na revista científica "Current Biology", dá uma medida do tamanho do atraso que afeta o conhecimento sobre a diversidade de espécies do planeta.

A equipe francesa, liderada por Benoît Fontaine, apelidou essa demora de "shelf life" ("vida na prateleira", por analogia com o tempo que os produtos duram nas prateleiras do supermercado ou da despensa).

Nesse andar da carruagem, segundo o estudo, seriam necessários muitos séculos para descrever todas as espécies que vivem na Terra -e, sem essa informação, fica difícil tomar decisões sobre conservação ou fazer estudos evolutivos bem embasados.

No estudo, os pesquisadores começaram com uma lista de 16.994 espécies descritas em 2007. Dessas, eles analisaram 600, de diferentes reinos, escolhidas ao acaso. Tiveram acesso à data de descoberta de 570 delas e calcularam a média do intervalo entre a descoberta e a descrição. O resultado: 20,7 anos entre as duas datas.

O biólogo Antonio Marques, do Departamento de Zoologia da USP, diz que essa demora se deve ao fato de que muitos espécimes, quando vão para os museus, ficam à espera de um pesquisador que possa analisá-los.

FATOR SORTE

"Há todo o trabalho de separação e triagem. Tem de dar sorte de que alguém que esteja trabalhando no museu tenha conhecimento do material e que depois possa descrevê-lo", explica.

O "tempo de prateleira" pode ser menor para espécies aquáticas e maior para espécies terrestres. Esse resultado surpreendeu os pesquisadores franceses, que dizem não saber como explicá-lo.

Marques diz que um organismo marinho é mais difícil e mais caro de ser catalogado e, por isso, é tratado com mais cuidado. "Ao chegar ao navio de pesquisa, o organismo já tem uma equipe pronta à sua espera", explica.

Há também um fator sociológico identificado pelo estudo: a divisão entre taxonomistas (especialistas em classificação) profissionais e não profissionais.

O "tempo de gaveta" de novas espécies descritas por profissionais é maior do que o das descritas por não profissionais. Segundo o estudo, muitos amadores trabalham de maneira pessoal, com projetos de menor escala e quantidades limitadas de espécimes coletadas.

"Entretanto, pelo fato de os amadores conseguirem o mesmo reconhecimento na descrição das espécies, eles devotam muito tempo a esse trabalho", diz o estudo.

Para os taxonomistas profissionais, por outro lado, a mera descrição não basta: eles ganham mais prestígio se fizerem estudos detalhados do relacionamento evolutivo entre as várias espécies, o que atrasa o trabalho.

Fonte: Folha de S. Paulo

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Cientistas descobrem gene da 'bebedeira'

Portadores de variação genética teriam maior propensão ao consumo exagerado de álcool.


Cientistas acreditam ter descoberto uma variação de um gene que incentiva o consumo exagerado de álcool em algumas pessoas.

O gene, conhecido como RASGRF-2, eleva o nível de substâncias químicas presentes no cérebro associadas à sensação de felicidade e acionadas com a ingestão de bebidas alcoólicas, informou a revista científica "PNAS".

A equipe de pesquisadores, formada por especialistas da Universidade King's College, de Londres, descobriu que animais que não possuíam a variação do gene tinham menos 'desejo' por álcool do que aqueles que apresentavam tal alteração.

O estudo também analisou exames de ressonância magnética dos cérebros de 663 adolescentes do sexo masculino.

Quando os pesquisadores questionaram os adolescentes sobre seus hábitos de consumo de álcool dois anos depois, descobriram que aqueles que tinham a variação do gene RASGRF-2 bebiam mais frequentemente.

Contudo, o responsável pelo estudo, Gunter Schumann, explicou que ainda não há provas contundentes de que o gene, sozinho, provocaria a compulsão alcoólica, uma vez que outros fatores ambientais e genéticos também estão envolvidos.

Ele ressaltou, por outro lado, que a descoberta é importante porque joga luz sobre os motivos pelos quais algumas pessoas tendem a ser mais vulneráveis ao álcool do que outras.

"Nosso estudo indica que talvez este gene regule a sensação de bem estar que o álcool oferece para determinados indivíduos", explicou.

"As pessoas buscam situações que provoquem tal sensação de 'recompensa' e deixem-nas felizes. Portanto, se o seu cérebro for condicionado a atingir tal estágio por meio do álcool, é provável que sempre procure essa estratégia afim de alcançar tal meta".

"Agora nós entendemos a cadeia da ação: como os genes moldam a função em nossos cérebros e como que, em contrapartida, isso afeta o comportamento humano".

"Nós descobrimos que o gene RASGRF-2 tem um papel crucial em controlar como o álcool estimula o cérebro a liberar dopamina e, em seguida, ativa a sensação de recompensa".

"Portanto, para as pessoas que têm a variação genética do gene RASGRF-2, o álcool lhes proporciona uma maior sensação de recompensa, levando-as a se tornar beberrões".

Schumann reiterou, entretanto, que mais provas são necessárias para comprovar sua hipótese. Ele alertou que o estudo analisou apenas adolescentes do sexo masculino e de uma determinada idade, o que dificultaria estabelecer tendências de consumo de bebidas alcoólicas ao longo prazo.

Ele disse que, no futuro, pode ser possível realizar testes genéticos para ajudar a prever quais pessoas estão mais propensas ao consumo excessivo de álcool.

As descobertas também abririam caminho a novas drogas que bloqueiam o efeito de recompensa que algumas pessoas têm após ingerir bebida alcoólica.

Por outro lado, Dominique Florin, da entidade britânica Medical Council on Alcohol, faz um alerta.

"É provável que haja um componente genético relacionado ao consumo exagerado de álcool, mas isso não quer dizer que se você tiver o gene, você não pode beber, enquanto se você não o tiver, você pode beber o quanto quiser".


Fonte: g1.globo.com

Ação liberta quase 400 tartarugas na região amazônica

Com apoio do Ibama e do ICMBio, policiais federais em Roraima utilizaram barcos de pesquisadores para surpreender caçadores.
Uma ação inédita que resultou na apreensão de quase 400 tartarugas vivas de espécies ameaçadas de extinção, entre elas a tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa), acaba de ser concluída pela Superintendência da Polícia Federal (PF) em Roraima.

Os animais seriam vendidos em Boa Vista e, principalmente, em Manaus. A carne da tartaruga é apreciada na região amazônica. O consumo aumenta no Natal, pois é hábito local preparar na ceia pratos à base de tartaruga.
A quantidade de animais encontrados e a crueldade com que eram tratados pelos caçadores, chamados de tartarugueiros, surpreendeu os dois delegados e seis agentes federais deslocados para a região do Baixo Rio Branco, afluente do Rio Negro, formador do Rio Amazonas.

As maiores tartarugas, com peso entre 50 kg e 65 kg e idade presumida de 100 anos, ficavam fora da água, com o casco para baixo, imobilizadas. As menores, amontoadas às dezenas em currais improvisados na mata, estavam sem acesso a alimento e água.
A equipe da PF, que teve o apoio de um profissional do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e outro do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), devolveu ao Rio Branco e afluentes 362 tartarugas vivas. Foram achados 16 animais mortos em consequência dos maus-tratos.
Os policiais queimaram sete embarcações, grande quantidade de redes de pesca e material variado em acampamentos abandonados às pressas pelos tartarugueiros. Sete deles foram presos, mas já estão soltos, após pagamento de fiança no valor de 1 salário mínimo.
A expedição partiu de Boa Vista em embarcação utilizada por pesquisadores, jamais por fiscais e policiais. A intenção era manter sigilo, já que a presença de grupos de fiscalização costuma ser rapidamente disseminada ao longo do Rio Branco.

A estratégia foi vitoriosa. Os tartarugueiros foram surpreendidos em vários trechos ribeirinhos, na altura dos municípios de Caracaraí e Rorainópolis, em margens opostas do rio. São áreas no sul de Roraima, quase na divisa com o Amazonas, que deveriam ser de acesso restrito, pois banham dois santuários naturais, o Parque Nacional do Viruá e a Estação Ecológica de Caracaraí.
Batizada de Operação Pimenta - homenagem a José Santos, o Zé Pimenta, um estudioso dos quelônios da Amazônia, assassinado em 2006 por tartarugueiros -, a ação foi realizada em duas etapas. A última delas, de oito dias, terminou anteontem.

Extinção - Chefe do grupo de policiais que percorreu o Baixo Rio Branco, o delegado Alexandre Saraiva, superintendente da PF no Estado, previu que, no ritmo atual da caça clandestina, a tartaruga-da-amazônia estará extinta naquela região em, no máximo, 20 anos. Nas redes de malha grossa, os "capa-sacos", também ficam presos botos e peixes maiores, o que torna a mortandade ainda maior.

"A tartaruga-da-amazônia e o tracajá são espécies condenadas, pois os caçadores pegam, além dos animais, os ovos, para consumo próprio. Recolhemos 700 ovos nos acampamentos dos criminosos. Aquilo é terra de ninguém", declarou o delegado.

Nesta época do ano, as tartarugas estão "assoalhando", expressão empregada na região para designar a procura dos melhores bancos de areia, os tabuleiros, para desovar. Daí a facilidade com que os caçadores localizam os ovos, já que as desovas ocorrem nos tabuleiros mais altos, escolhidos pelos animais por ficarem mais longe da água.
Maus-tratos - A tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa) e o tracajá (Podocnemis unifilis) constam em anexos da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites) como animais ameaçados. Captura, posse, transporte e comércio são proibidos por lei federal. A Cites é um dos acordos ambientais mais importantes do planeta. O Brasil é signatário desde 1975.
A população de quelônios amazônicos "vem declinando ano após ano, tendo por principal causa a captura em grande quantidade para fins de atender o mercado ilegal de carnes exóticas", acusa o relatório da Operação Pimenta.
As investigações indicam que, em Manaus, cada tartaruga-da-amazônia custa, inteira, R$ 500. Só o lote localizado pelos agentes federais poderia render aos traficantes de animais perto de R$ 400 mil. O que torna a caça das tartarugas mais grave é que os animais adultos podem desovar de 100 a 150 ovos, uma vez por ano, o que mantém "em níveis equilibrados a população das tartarugas-da-amazônia na região do Baixo Rio Branco", informa o relatório da Superintendência da PF.

As tartarugas "sofrem intenso estresse", continua o documento. "As tartarugas pequenas, tracajás e outras espécies menores são depositadas em cercados temporários em grande quantidade, uma em cima da outra, privadas de água e alimento, no meio da lama e excrementos dos próprios animais. As adultas e corpulentas também são privadas de água e alimentos e são viradas de costas para baixo, posição em que (....) não conseguem se desvirar sozinhas em terra e que acarreta sofrimento, pois, por causa de seu grande peso corporal e ausência de esqueleto interno, as vísceras, órgãos e músculos se descolam para baixo, comprimindo o pulmão do animal, causando asfixia, que muitas vezes leva a óbito", diz o texto.

(O Estado de São Paulo)

Estudo indica que pesca recreativa afeta evolução de peixe

A pesca recreativa em pesqueiros está afetando a evolução de uma espécie de peixe segundo estudo feito nos EUA. Os peixes com melhor potencial reprodutivo também são os mais vulneráveis a serem fisgados com um anzol.

A perca americana (Micropterus salmoides) é uma espécie na qual o macho protege os ovos e os filhotes. Ele faz um "ninho" onde a fêmea coloca os ovos para serem fertilizados. O macho fica tomando conta dos ovos, abanando-os, e depois protege os alevinos por várias semanas. É um dos peixes mais comuns em pesqueiros americanos.

A equipe de David A. H. Sutter, da Universidade de Illinois, Urbana, Illinois, testou machos que foram artificialmente produzidos para ter maior ou menor vulnerabilidade a serem pescados com anzol.

Os peixes mais agressivos tendem a ser pescados mais porque defendem o ninho com mais intensidade e têm a tendência de atacarem mais as iscas.

Os pesquisadores testaram a hipótese de que, em idênticas condições ecológicas, os peixes mais vulneráveis à pesca teriam maiores índices de sucesso reprodutivo. Fizeram os testes em lagos artificiais com 48 peixes das duas variedades, 45 dos quais receberam ovos das fêmeas em seus ninhos.

Os machos mais vulneráveis passaram uma parcela de tempo maior defendendo os ninhos, enquanto os menos vulneráveis passaram mais temo longe do ninho. Os mais vulneráveis também eram significativamente mais agressivos, atacando potenciais predadores na forma de iscas sem anzol o dobro de vezes.

Eles testaram geneticamente 1.189 filhotes e notaram que 740 (62%) eram criado dos machos mais vulneráveis à pesca e 449 (38%) dos menos vulneráveis.

"Nosso estudo mostrou conclusivamente que a pesca pode atingir aqueles indivíduos que possuem o maior potencial de aptidão reprodutiva, portanto estabelecendo o potencial de seleção de traços de comportamento que ajudam um peixe a escapar da captura, mas no processo diminuir suas habilidades de cuidado parental", escreveram os autores do estudo na revista científica "PNAS".

Eles dizem que o estudo tem com consequências práticas eventuais na qualidade de um pesqueiro, com o cenário evolutivo selecionando peixes com menor capacidade de reprodução e mais esquivos.

Fonte: Folha de S. Paulo

Redução de savanas na África ameaça vida de leões, aponta estudo

Em pouco mais de 50 anos, população de leões caiu 68%.
Avanço demográfico sobre reservas seria um dos principais problemas.


As savanas da África e os leões que vivem ali estão desaparecendo a um ritmo alarmante, com uma redução de dois terços nos últimos 50 anos, segundo estudo publicado nesta semana.

A partir de informações obtidas via satélite, pesquisadores da Universidade Duke, no Reino Unido, descobriram que apenas 32 mil leões vivem agora nas savanas do continente, em comparação com os cerca de 100 mil que habitavam ali em 1960 (uma queda de 68%).

A redução foi particularmente extrema na África ocidental, onde as populações humanas dobraram nas últimas três décadas, segundo estudo publicado na revista "Biodiversity and Conservation". A pesquisa sustenta que menos de 500 leões permanecem na região.

"Só resta 25% de um ecossistema que antes era um terço maior do que o território continental dos Estados Unidos", disse Stuart Pimm, da Escola Nicholas de Meio Ambiente da Universidade de Duke, do Reino Unido.

O cientista explicou que a queda se devia à mudança no uso do solo e ao desmatamento realizado pela crescente população humana que invade o habitat dos leões.

     

Leões africanos perderam parte de seu habitat nos últimos anos, aponta estudo (Foto: Arquivo/Carley Petesch/AP)Leões africanos perderam parte de seu habitat nos últimos anos, aponta estudo (Foto: Arquivo/Carley Petesch/AP)

Pimm e seus colegas mapearam as áreas que ainda são favoráveis para a sobrevivência dos leões mediante a utilização de imagens via satélite do Google Earth, informação sobre a densidade da população humana e estimativas sobre a população de leões.

Os pesquisadores descobriram que apenas 67 extensões de savana ao longo do continente, definidas como áreas que recebem entre 25 e 150 centímetros de chuva anual, tem densidade populacional e impacto humano suficientemente baixos para permitir a vida dos leões.

Por outro lado, apenas 10 destas áreas são consideradas "fortalezas", onde os leões têm chances excelentes de sobreviver, muitas delas em parques nacionais.


Fonte: g1.globo.com

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Fotógrafo registra ataque de tubarão a foca de borracha

Tubarão atacou isca feita de borracha (Foto: Dana Allen / Caters)

Um fotógrafo registrou na costa da África do Sul o momento exato do bote de um tubarão-branco a uma “foca”. Na verdade, o objeto atacado pelo peixe gigante era uma foca de borracha, colocada na superfície do mar pelo próprio fotógrafo como uma isca para atrair o tubarão.

Mesmo com a isca, não foi fácil fazer o flagrante. Dana Allen ficou três dias na Baía False, perto da Cidade do Cabo, esperando até que algum tubarão aparecesse para a fotografia que ele havia planejado.

“O evento todo ocorreu em pouco mais de um segundo, mas, com certeza, é um momento que vai ficar gravado na minha memória pelo resto da vida”, afirmou o fotógrafo.

Brasileiros afirmam que fariam coleta seletiva


85% dos brasileiros afirmam que estariam dispostos a separar o lixo em suas casas se a coleta seletiva fosse praticada em seus municípios, segundo uma pesquisa divulgada no dia 28 de novembro pelo Programa Água Brasil. 13% declararam que não realizariam a separação e 2% não responderam. Ao total, foram 2.002 entrevistados em todas as capitais e outros 73 municípios do país.
Outro dado importante é que 64% dos entrevistados não possui em sua cidade serviços de coleta sustentável dos resíduos. Em oposição, 9% alegam que não separam o lixo mesmo com serviços de coleta seletiva disponíveis nos locais em que moram.
O Programa Água Brasil é uma iniciativa do Banco do Brasil, da Fundação Banco do Brasil, da Agência Nacional de Águas (ANA) e da organização não governamental WWF-Brasil, com intuito de fomentar práticas sustentáveis no campo e na cidade.
Fonte: http://atitudesustentavel.uol.com.br

Agrotóxicos na água podem ser causa de alergias, diz estudo

Um estudo publicado na revista americana Anais de Alergia, Asma e Inmunologia chama a atenção para o aumento da incidência de alergias aalimentos nos Estados Unidos, e diz que agrotóxicos usados para purificar a água podem ser a causa do problema.

Segundo a pesquisa, já são 15 milhões de pessoas que sofrem de alergias alimentares no país. Entre as causas principais estaria uma alta presença de diclorofenóis, substância química usada em agrotóxicos em plantações e para purificar a água distribuída na rede de tratamento.

"Nossa pesquisa mostra que altos níveis de agrotóxicos que contêm diclorofenol podem diminuir a tolerância alimentar em algumas pessoas, causando alergias alimentares", diz a alergista Elina Jerschow, da Associação Americana de Alergia, Asma e Imunologia (ACAAI, na sigla em inglês).

"Este químico é encontrado com frequência em agrotóxicos usados por fazendeiros, em produtos para controlar insetos e pragas, e na água tratada", acrescenta. De 10.348 pessoas que participaram de um levantamento do governo em 2005 e 2006, 2.548 tinham altos níveis de diclorofenóis na urina e 2.211 foram incluídos na pesquisa da ACAAI. Neste segundo grupo, 411 tinham alergias alimentares e 1.016 tinham alergias a elementos do meio ambiente.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano diz ter registrado um aumento de 18% no número de casos de alergias entre 1997 e 2007. As mais comuns são as intolerâncias a leite, ovos, amendoins, trigo, castanhas, soja, peixe e frutos do mar.

"Estudos prévios mostraram que tanto as alergias alimentares quanto aquelas ligadas a poluição ambiental estão aumentando nos Estados Unidos. Os resultados do nosso estudo sugerem que essas duas tendências podem estar conectadas, e que o elevado uso de agrotóxicos e outros químicos está associado com uma maior incidência de alergias alimentares", explica a médica que chefiou o estudo.

E a equipe avisa que evitar tomar água da torneira pode não ser a solução. "Outras fontes de diclorofenóis, como frutas e vegetais tratados com agrotóxicos, podem ter um papel mais representativo para causar alergias", disse Jerschow.

Os sintomas de alergias podem variar de uma leve irritação a reações que podem colocar a vida em risco, incluindo um choque anafilático.

Fonte: Terra

China, Índia e Brasil emitiram mais CO2 em 2011, diz pesquisa


Prédios ficam escondidos sobre a forte poluição do centro de Beijing, na China, principal país poluidor em 2011
Dados divulgados por pesquisadores na Grã-Bretanha indicam que China e Índia contribuíram bastante para que o mundo aumentasse em 3,5% as suas emissões de gás carbônico (CO2) no ano passado.

Em 2011, as emissões de China e Índia aumentaram 9,9% e 7,5%, respectivamente, em comparação com 2010. O Brasil também emitiu mais CO2 no ano passado: 424 milhões de toneladas, um aumento de 1,4% em relação a 2010.

Já outras duas regiões apresentaram queda na quantidade de CO2 emitida no mesmo período, segundo os cientistas da universidade britânica: Estados Unidos, com queda de 1,8%, e União Europeia, com queda de 2,8%.

Os dados da Universidade de East Anglia indicam que as emissões aumentarão em 2012, atingindo um volume recorde. O relatório produzido pela universidade afirma que as emissões de gás carbônico crescerão 2,6% este ano, na comparação com 2011, atingindo o volume de 35,6 bilhões de toneladas emitidas.

Metas do Protocolo

Este valor é 58% superior ao de 1990, ano base usado pelo Protocolo de Kyoto. O tratado, que não foi assinado pelos Estados Unidos, previa que os países signatários reduzissem as suas emissões de CO2 em 5,2% ao longo da década, tendo 1990 como referência. O CO2 é o principal gás que provoca o aquecimento global e é produzido através da queima de combustíveis fósseis ou desmatamento.

O painel da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP 18, começou em Doha, no Catar, na semana passada e termina na próxima sexta-feira (7). Mais de 17 mil pessoas estão discutindo medidas para evitar que a temperatura do planeta aumente ao longo deste século. Um dos pontos em discussão é a criação de novas metas de emissão por país.
Dados referentes a 2011 mostram que os países que mais emitem dióxido de carbono são a China (28% do total mundial), Estados Unidos (16%), União Europeia (11%) e Índia (7%). O Brasil é responsável por 1,4% das emissões de CO2.

Ainda assim, se considerados os tamanhos das populações, a emissão por pessoa (per capita) da China ainda é inferior a dos países ricos. A emissão per capita da China está em 6,6 toneladas de CO2, se aproximando da média europeia de 7,3%. Ambos ainda estão longe da média americana, de 17,2 toneladas de CO2 por pessoa.

Já no Brasil, a emissão per capita de CO2 variou pouco ao longo da última década: de 1,9 toneladas por pessoa em 2001 para 2,2 toneladas em 2011.

"Os dados mais recentes estão sendo divulgados quando o mundo debate mudanças climáticas em Doha", disse a pesquisadora Corinne Le Quéré, da universidade britânica. "Mas com as emissões ainda crescendo, é como se ninguém estivesse ouvindo toda a comunidade científica."

A pesquisa foi publicada no domingo (2) nas revistas científicas Nature Climate Change e Earth System Science Data Discussions.


 Fonte: Uol

Conferência do clima pode sepultar extensão do Protocolo de Kyoto

A COP-18, décima-oitava conferência do clima da ONU, que acontece até o fim da semana em Doha, no Qatar, entra nesta segunda-feira (3) em sua fase decisiva ainda cercada de incertezas quanto ao principal objetivo do encontro: estabelecer uma extensão do Protocolo de Kyoto, hoje o único acordo internacional de proteção climática em vigor.

O panorama geral das negociações foi resumido pela secretária-executiva do evento, Christiana Figueres. Apesar de iniciar seu balanço da primeira semana da convenção de maneira otimista, ela admitiu que muita coisa inevitavelmente ficará de fora.



Karim Jaafar/AFP

Manifestantes pedem ação climática em Doha, no Qatar
Manifestantes pedem ação climática em Doha, no Qatar


"O que vier de Doha não será no nível de ambição que precisamos", resumiu Figueres sobre as negociações, que envolvem quase 200 países.

Diferentemente da COP-15, que aconteceu em Copenhague em 2009 e foi cercada de muita expectativa sobre um grande acordo global, a atual cúpula já nasceu um tanto morna.

No encontro do ano passado, em Durban, na África do Sul, os países "concordaram em concordar" com a criação de um pacto global de redução de emissões, que englobaria países ricos e pobres. O acordo, porém, ficou para começar a ser definido em 2015, para entrar em vigor até 2020.

Para não deixar o mundo sem nenhuma meta de redução de emissões de gases do efeito estufa, as partes optaram pelo prolongamento do Protocolo de Kyoto, que oficialmente deixa de valer no próximo dia 31.

Além de decidir até quando esse "puxadinho" do acordo valerá -- se até 2017 ou até 2020--, ficou para o encontro de agora a definição do quanto será reduzido nas emissões.

De qualquer maneira, o acordo já nasce com um alcance limitado. Só a União Europeia e a Austrália, responsáveis por cerca de 15% das emissões globais de carbono, concordaram em participar com ações concretas de redução de emissões do que já está sendo chamado, nos bastidores da COP-18, de "Kyotinho".

Em sua criação, em 1997, o protocolo comprometeu as nações desenvolvidas a reduzir suas emissões de gases-estufa em 5,2%, entre 2008 e 2012, em comparação aos níveis de 1990.

O acordo, porém, já foi criado com ausências importantes. Os EUA não ratificaram o pacto, e nações em desenvolvimento como China, Índia e Brasil, que hoje respondem por boa parte das emissões mundiais, não tinham metas imediatas.

Hoje, o maior impasse para a extensão é puxado por Rússia, Polônia e Ucrânia. Esses países emitiram menos do que poderiam na primeira fase de Kyoto e agora querem levar essas "sobras" no potencial de emissões, o chamado "hot air", para a segunda fase do acordo, o que desagrada boa parte dos negociadores.




Canadá e Japão, que participaram da primeira etapa, já avisaram que não vão aderir ao novo período.

EFEITO DOMINÓ

Embora vá ter um alcance limitado, a extensão das metas de Kyoto é importante na construção do futuro pacto global para redução de emissões.

Especialistas temem que um fracasso nessa negociação influencie negativamente o futuro acordo, que ainda nem foi rascunhado, mas é ameaçado pela prioridade dada à crise econômica mundial.

Mesmo nesse cenário, a delegação brasileira chegou em clima de otimismo a Doha.

O negociador-chefe do Brasil, o embaixador Luiz Figueiredo Machado, disse que não há risco de a reunião terminar esvaziada.

"Impasses são comuns em negociações longas, com mais de duas semanas, como essa", afirmou.

"Nós acreditamos que a conferência de Doha vai abrir uma nova etapa nas negociações do clima. Essa vai ser uma COP importante, complexa. Há muita coisa importante sobre a mesa, inclusive as bases para o futuro protocolo que foi negociado em Durban", completou.

Na opinião de Carlos Klink, secretário de mudanças climáticas do Ministério do Meio Ambiente, o Brasil chegará à convenção com o "dever de casa" feito, apresentando "a menor taxa de desmatamento da história na Amazônia", divulgada na semana passada.

MÁS NOTÍCIAS

Enquanto o acordo não vem, a COP está sendo marcada pela divulgação de vários estudos pouco animadores sobre as condições gerais do planeta.

Dados preliminares da Organização Meteorológica Mundial indicam que 2012 deve se tornar o nono mais quente desde que as medições foram iniciadas, em 1850. E isso mesmo com a presença do La Niña, fenômeno que contribui para o resfriamento das temperaturas.

O documento destacou ainda o degelo recorde no Ártico e eventos extremos de seca e enchentes espalhados por todo o planeta. A temporada intensa de tempestades tropicais e furacões, incluindo o Sandy, que atingiu o Caribe e os EUA, também foi ressaltada.

Já o relatório "Climate Action Tracker", que analisou a eficácia das medidas para combater o aquecimento global, foi ainda mais pessimista. Praticamente todas as grandes nações emissoras, como China, EUA e Índia, tiveram suas medidas consideradas ineficientes. Desse grupo, apenas Coreia do Sul e Japão tiveram medidas classificadas como satisfatórias.

O desempenho do Brasil foi avaliado como "na média".

Fonte: Folha de S. Paulo