sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Patagônia abate gaivotas para proteger baleias em santuário


Aves teriam sido responsáveis por morte de cerca de 60 animais na região.
Para ONG, problema de fundo é causado pela ação humana.

Da BBC


O governo da província argentina de Chubut, na região da Patagônia, iniciou nesta semana uma operação de abate de gaivotas que estão ferindo e, provavelmente, provocando a morte das baleias no centro turístico da península Valdés, conhecido como local de acasalamento e berçário do mamífero.
"Esse problema entre as gaivotas 'picadoras' (que mordem) e as baleias existe há mais de 20 anos, mas agora decidimos enfrentar a situação, que está afastando as baleias daqui", disse à BBC Brasil o secretário de Ambiente e Controle de Desenvolvimento Sustentável, Eduardo Maza.

Ataques de gaivotas foram os prováveis responsáveis por morte de cerca de 60 baleias na Patagônia (Foto: Marcelo Bertellotti)
Ataques de gaivotas foram os prováveis responsáveis por morte de cerca de 60 baleias na Patagônia (Foto: Marcelo Bertellotti)
Segundo Maza, haverá um abate seletivo das gaivotas apontadas como possíveis responsáveis pela morte de cerca de 60 baleias nos últimos anos.

Maza afirmou que estudos preliminares indicaram que as baleias morrem pela infecção provocada pelas feridas deixadas por estas aves.
A operação de abate envolve lanchas especiais com atiradores com armas carregadas de balas de ar comprimido e biólogos que vão agir longe da área frequentada pelos turistas.
"Nós vamos passar algumas horas na lancha observando quais gaivotas estão atacando as baleias, e um especialista em tiro de caça as derrubará. Serão eliminadas somente as gaivotas que atacam as baleias", disse o biólogo Marcelo Bertellotti, do Centro Nacional Patagônico, com sede em Puerto Madryn.
DetalhesA operação deve durar entre 30 e 60 dias, dependendo dos dias hábeis para a navegação. Em uma segunda etapa, as gaivotas abatidas serão analisadas em laboratório, para tentar descobrir por que agem contra as baleias.

Segundo especialistas, medo de ataques faz baleias mudarem de comportamento (Foto: Marcelo Bertellotti)
Segundo especialistas, medo de ataques faz baleias mudarem de comportamento (Foto: Marcelo Bertellotti)

"Estamos observando estas ações desde 2005 e vemos que antes as gaivotas atacavam as baleias mortas, mas agora também agem contra as vivas", disse o biólogo.
As primeiras informações, divulgadas pela imprensa local, indicaram que forças policiais agiriam contra as gaivotas, gerando críticas da oposição.
"A polícia deve agir contra a delinquência, e não contra gaivotas" disseram opositores, segundo a imprensa de Chubut.
Autoridades e especialistas de Chubut afirmaram que foram, então, convocados profissionais de tiro ou de caça para o combate aos pássaros - cientificamente chamados de gaivota larus dominicanos e popularmente conhecidas na Argentina e no Uruguai como "gaivota cozinheira".
Maza observou que a operação só deverá continuar se mostrar que foi efetiva contra as gaivotas violentas.
ComportamentoCom medo dos ataques, as baleias estão mudando o comportamento.
"Pela dor provocada pelas feridas, as baleias estão nadando mais rápido, estão passando mais tempo submersas e produzindo saltos de forma mais intensa. Tudo para se proteger das ações das gaivotas 'cozinheiras'", afirmou o ambientalista Alejandro Arías, da ONG Vida Silvestre.

Estudos preliminares indicam que baleias morrem por infecção provocada pelas feridas deixadas pelas aves (Foto: Marcelo Bertellotti)
Estudos preliminares indicam que baleias morrem por infecção provocada pelas feridas deixadas pelas aves (Foto: Marcelo Bertellotti)
Segundo os especialistas, a baleia já não mostra o dorso inteiro com a mesma frequência de tempos atrás para buscar oxigênio fora da água.

"A ação das gaivotas está provocando uma espécie de estresse nas baleias, que, em vez de estarem cuidando da cria, estão atentas a como se proteger dos ataques", disse Arías.
De acordo com Maza, a decisão de combater as gaivotas foi tomada em um auditório com a participação de autoridades, cientistas, setor de turismo e organizações não-governamentais (ONGs).
O problema é outroMas a medida ainda gera ressalvas. A Vida Silvestre entende que a raiz do problema é outro - os lixões e os restos de pesca jogados pelos pescadores ao mar que atraem estas gaivotas.
"A ação contra as gaivotas é superficial, não é a questão de fundo", disse Arias.
Em um comunicado, outra ONG, a Fundação Patagônia Natural, disse que é "a favor da eliminação seletiva (das gaivotas) e dos lixões a céu aberto" que atraem a ave e que "é preciso avaliar a eficiência do projeto piloto" do governo.
Autoridades disseram que o "combate aos lixões e aos restos da pesca" também estão nos planos de ação para proteção do mamífero.
Segundo o jornal El Chubut, "atualmente todas as baleias do local estão com feridas de gaivotas".
TurismoA península Valdés é conhecida internacionalmente como ponto de concentração da baleia Franca Austral e atrai cerca de 100 mil turistas por ano.
Especialistas explicam que a baleia chega ao local entre maio e dezembro para acasalamento e nascimento dos mamíferos.
Entre 50 e 80 baleias nascem todos os anos na reserva natural - uma das maiores do mundo.
No passeio pelo local, alguns guias turísticos costumam contar detalhes do comportamento da baleia - o acasalamento dura apenas alguns minutos e a baleia dá 'maior prioridade' à cria do que à relação "de casal".
No passado, a baleia franca foi cassada quase até a extinção, recordou o biólogo argentino. Agora, está protegida por leis internacionais e em fase de multiplicação no mundo.
Na Argentina, é também considerada "monumento nacional" e podem chegar a ser milhares a visitar a península Valdés durante o ano todo.
Fonte: g1.globo.com

 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Gelo marinho no Ártico é o menor já registrado, afirmam EUA


A extensão do gelo marinho do Ártico no verão alcançou uma mínima recorde neste fim de semana, informa o Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos EUA.
Com 4,1 milhões de quilômetros quadrados, a extensão da camada congelada supera ligeiramente o recorde de baixa de 2007 (4,17 milhões de quilômetros quadrados). É uma área equivalente a 30% do oceano Ártico.

É muito provável que uma área ainda maior da região sofra degelo neste ano, já que o pico do derretimento da cobertura marinha do Ártico costuma acontecer no fim do mês de setembro.

"Trata-se de claro sinal das rápidas mudanças que afetam o ambiente do Ártico", declarou em comunicado Jefferson Garcia Simões, diretor do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Grupos céticos quanto à realidade da mudança climática, no entanto, não se mostraram convencidos sobre a gravidade do problema.

Em seu site, o meteorologista e blogueiro cético americano Anthony Watts ironizou a reação da "alarmosfera" à notícia e disse que uma tempestade na região estimulou a fragmentação do gelo.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br

Cientistas descobrem aranha sem olhos em caverna na Ásia

Cegueira é adaptação a ambiente totalmente escuro, segundo pesquisa.
'Sinopoda scurion' foi batizada em homenagem a empresa de lanternas.




Aranha cega e sem pigmento encontrada em caverna do Laos, na Ásia (Foto: Instituto de Pesquisa Senckenberg/Divulgação)
Aranha cega e sem pigmento encontrada em caverna do Laos, na Ásia (Foto: Instituto de Pesquisa Senckenberg/Divulgação)



Cientistas descobriram uma espécie de aranha sem olhos em uma caverna do Laos, na Ásia. Chamado de Sinopoda scurion, o animal é o primeiro do tipo "caçador" totalmente cego identificado até agora, segundo Peter Jäger, chefe do setor de aracnologia do Instituto de Pesquisa Senckenberg, localizado em Frankfurt, na Alemanha.O aracnídeo foi descrito em estudo na publicação científica "Zootaxa". A falta de olhos é uma adaptação da aranha ao escuro total da caverna, assim como a ausência de pigmento, segundo a pesquisa.

O nome scurion foi dado em homenagem a uma empresa suíça que produz lanternas, usadas para encontrar a espécie dentro da caverna, afirma Peter Jäger."Nós já havíamos encontrado aranhas deste gênero em outras cavernas, mas elas todas tinham olhos e pigmentação completa. A Sinopoda scurion é a primeira sem visão", disse o cientista ao site do instituto.

A nova espécie de aranha mede seis centímetros, com as pernas abertas. Animais como peixes, escorpiões e caranguejos encontrados em cavernas no Laos também apresentam adaptação similar e são cegos, segundo Jäger.


Fonte: g1.globo.com



Espécie de peixe com pênis na cabeça é identificada no Vietnã



'Phallostethus cuulong' foi encontrado no delta do Rio Mekong.
Animal de família do Sudeste Asiático mede pouco mais de 20 mm.



Cientistas descobriram uma espécie de peixe com o pênis na cabeça. O animal do tipoPhallostethus cuulong vive no delta do Rio Mekong, no Vietnã.
As imagens ilustrativas foram divulgadas nesta quarta-feira (29) pelos pesquisadores Koichi Shibukawa, Dac Tran Dinh e Tran Xuan Loi.
A foto abaixo mostra peixes recém-coletados, sendo o de cima um macho de 22,5 mm, achado na província de Tra Vinh, e o "B" uma fêmea de 23,7 mm, que vive na província de Soc Trang.


Peixe pênis (Foto: Koichi Shibukawa, Dac Tran Dinh e Tran Xuan Loi/AFP)
Macho, visto acima (A), tem o pênis na cabeça  (Foto: Koichi Shibukawa, Dac Tran Dinh e Tran Xuan Loi/AFP)

O Phallostethus cuulong é o mais novo membro da família Phallostethidae, que reúne pequenos peixes encontrados em águas do Sudeste Asiático e se distingue justamente pela posição do órgão sexual masculino.
Na imagem abaixo, está um espécime preservado do peixe, visto da parte ventral (A), lateral (B) e dorsal (C). O animal foi identificado na província de Soc Trang.

Peixe pênis (Foto: Koichi Shibukawa, Dac Tran Dinh e Tran Xuan Loi/AFP)
Espécie de peixe aparece em três ângulos (Foto: Koichi Shibukawa, Dac Tran Dinh e Tran Xuan Loi/AFP)
Fonte: g1.globo.com

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Butantan identifica 17 novas espécies de aranha

Descoberta acontece dois anos depois do incêndio que destruiu parte do acervo. Exemplares preservados ocorrem na Mata Atlântica.

Dois anos após perder cerca de 30% de seu acervo de aranhas em um incêndio, o Instituto Butantan volta a ganhar destaque internacional ao anunciar 17 novas espécies. A descoberta, que levou à descrição de um novo gênero - Predatoroonops-, é a maior contribuição do País para o The Goblin Spider, um dos mais ambiciosos projetos mundiais já realizados para a sistematização desses artrópodes.

As espécies da família Oonopidae foram identificadas após seis anos de análise de aranhas coletadas na Mata Atlântica. Segundo os pesquisadores, elas chamam a atenção pela estrutura das quelíceras - um tipo de gancho frontal que serve para captura de alimentos e proteção. "Possuem várias articulações e são totalmente diferentes das de espécies de outros gêneros", explica o biólogo Antonio Brescovit, um dos responsáveis pela descoberta.

Brescovit e a pesquisadora Cristina Anne Rheims, que também catalogou as novas espécies, estavam entre os biólogos que correram para tentar salvar amostras em meio ao incêndio de 2010. Mesmo com as grandes perdas, eles dizem que o material foi salvo porque o fogo não atingiu a sala dos pesquisadores. "Quando soubemos do incêndio, achamos que perderíamos as amostras. Vim para o Butantan na mesma hora, ainda de pijamas", relembra Cristina. Dos 160 mil lotes (pequenos frascos com cinco exemplares cada um, em média), estima-se que mais de 40 mil foram perdidos.

Pesquisa - Cientistas ainda tentam desvendar a utilidade das incomuns articulações presentes apenas nos machos das novas espécies. Uma das hipóteses é a de que elas sejam usadas na reprodução: as estruturas liberariam feromônio, um poderoso hormônio da atração sexual. Além disso, podem servir para prender a fêmea durante a cópula.

"Há também a possibilidade de serem usadas como arma durante a briga entre os machos, ainda que isso seja pouco comum em aranhas. Mas temos de coletar mais exemplares para fazer uma observação correta", afirma Brescovit.

As novas espécies, que têm no máximo 1,9 milímetro, juntam-se às 23 anteriormente identificadas pelos sete pesquisadores do País que participam do Inventário Planetário de Biodiversidade, que vem sendo feito pelo The Goblin Spider desde 2006.

Com o objetivo de documentar todos os gêneros da família Oonopidae, o projeto reúne 46 aracnólogos de 12 países e ampliou a documentação de 300 para 1.016 espécies no período. Essa família foi escolhida por sua biodiversidade e por ser encontrada no solo ou em copas de árvores nas florestas tropicais.

Apresentadas no boletim do Museu Americano de História Natural, as espécies foram uma atração à parte por causada nomenclatura. O nome do gênero (Predatoroonops) foi escolhido por causa das articulações nas quelíceras, que lembram a criatura que aparece como vilã no filme Predador, de 1987. E as espécies foram batizadas com referências aos personagens: Arnold Schwarzenegger, por exemplo, que interpreta o mocinho Dutch, foi homenageado com os nomes Predatoroonopsschwarzeneggeri e Predatoroonopsdutch.
(O Estado de São Paulo)


Fonte: http://www.jornaldaciencia.org.br

Estudante descobre caracol 'extinto' ao andar de caiaque nos EUA




Molusco da espécie 'Leptoxis compacta' não era visto desde 1937.
Animal achado no Alabama é amarelo e tem o tamanho de uma moeda


Caracol 'extinto' (Foto: Thomas Tarpley/ADCNR/University of Alabama)
Caracol considerado extinto' foi achado vivo (Foto:
Thomas Tarpley/ADCNR/University of Alabama

O caso aconteceu num dia em que o aluno de doutorado Nathan Whelan convidou três amigos para andar de caiaque em um rio da região, o Cahaba.
Whelan estava em busca desse molusco, da espécie Leptoxis compacta, e convenceu os colegas a acompanhá-lo.

animal tem o tamanho de uma moeda, corpo amarelo e uma listra negra na cabeça. Nenhum exemplar dele havia sido coletado desde 1937, segundo o estudante. A descoberta foi publicada na edição de quarta-feira (8) da revista científica "PLoS One".
Rio e caracol (Foto: Paul Johnson/Thomas Tarpley/ADCNR/University of Alabama)
Rio Cahaba abriga 121 espécies de peixes, 38 de moluscos e 32 de caracóis. À dir., concha do Instituto Smithsonian coletada em 1881 (Foto: Paul Johnson/Thomas Tarpley/ADCNR/University of Alabama)
O trecho nos arredores do rio e de seus afluentes que costumava ser habitat do caracol diminuiu de 80,5 quilômetros para 2,4 quilômetros, de acordo com o pesquisador. A redução drástica ocorreu provavelmente pela degradação ambiental, poluição e má condição da água, destaca Whelan.
A organização Nature Conservancy (Conservação da Natureza) classificou o rio Cahaba como um dos oito "locais prioritários de biodiversidade aquática" que precisam ser salvos nos EUA.
Além da espécie redescoberta, essa bacia abriga 121 espécies de peixes, 38 tipos de mexilhões e 32 variedades de caracóis.

Fonte: g1.globo.com

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Cenas da vida minúscula

Fruto de dez anos de trabalho, novo livro sobre insetos traz informações atualizadas de espécies que ocorrem no Brasil e deverá incentivar pesquisas na área de entomologia. 
  
Por: Katy Mary de Farias
Cenas da vida minúscula
O gafanhoto (‘Monachilidium lunum’) da foto, coletado em Manaus, é uma das centenas de espécies descritas em novo tratado sobre os animais da classe ‘Insecta’. Todas as 30 ordens de insetos que ocorrem no Brasil são abordadas. (foto: F.F. Xavier Filho) 
                                   

Após 40 anos sem um material de referência atualizado, estudantes e pesquisadores brasileiros de entomologia ganharam um novo tratado sobre os animais da classe Insecta que ocorrem em território nacional. Lançado recentemente, Insetos do Brasil: diversidade e taxonomia serve de apoio à pesquisa e à formação de zoólogos, agrônomos e engenheiros florestais. Leigos interessados também podem tirar proveito da obra.
Participaram de sua elaboração 71 pesquisadores, coordenados pelo entomólogo José Albertino Rafael, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. O resultado do trabalho, que levou dez anos para ser concluído, são mais de 800 páginas de texto e cerca de 1,7 mil imagens, entre gráficos, ilustrações e fotos. Ao longo de 43 capítulos, todas as 30 ordens de insetos que ocorrem no Brasil são abordadas.

Confira galeria de imagens com algumas das fotos que estão no livro

O entomólogo do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Gabriel Augusto Rodrigues de Melo, um dos editores de Insetos do Brasil, explica que o principal propósito do trabalho é atualizar informações sobre a classe e propor chaves de identificação de espécies em nível de ordem, família e algumas subfamílias.
Até agora o único material de referência para estudantes e pesquisadores brasileiros da área era o livro quase homônimo Insetos do Brasil, do médico e entomologista Angelo Moreira da Costa Lima (1887-1964). A obra, publicada em 12 volumes, entre 1938 e 1962, foi considerada de grande importância para o estudo de insetos, mas com o passar dos anos ficou obsoleta.
Segundo Gabriel Melo, outras publicações nacionais sobre a classe Insecta se limitam a poucos grupos desses animais ou focalizam o aspecto aplicado da entomologia. “A alternativa que restava era recorrer a trabalhos estrangeiros, que, na maioria das vezes, tratam de uma fauna diferente da nossa”, afirma.

 

Universo ainda pouco explorado

 

Embora a obra tenha foco na classificação dos insetos, os 11 capítulos iniciais trazem informações gerais sobre aspectos comuns a todas as espécies, além de dados sobre biodiversidade, distribuição geográfica e orientações para coleta e estudo desses animais.
De acordo com os autores, há cerca de 90 mil espécies de insetos descritas no Brasil. “Estimamos que mais de 300 mil ainda estão por ser descobertas”, diz o entomólogo da UFPR Claudio José Barros de Carvalho, que também participou da edição do livro. O Brasil, segundo o pesquisador, é o país com a maior diversidade de insetos do mundo.
Os editores explicam que a quantidade de espécies conhecidas tem relação direta com o interesse acadêmico por determinada ordem. “Quando há pouca gente dedicada a estudar um grupo de insetos, a identificação de novas espécies nesse grupo fica comprometida”, explica Gabriel Melo.

Besouro 'Doryphora vigintiunopunctata'
'Doryphora vigintiunopunctata', espécie de besouro encontrado em Piraquara, região metropolitana de Curitiba. Além das 28 mil espécies conhecidas da ordem Coleoptera, que incluiu besouros e joaninhas, acredita-se haver outras 112 mil. (foto: P. Grossi)
A ordem Hymenoptera, que compreende abelhas e formigas, por exemplo, tem 10 mil espécies descritas, mas os pesquisadores estimam que haja mais 60 mil que ainda não foram identificadas. Na ordem Coleoptera (que engloba animais como besouros e joaninhas), além das 28 mil conhecidas, acredita-se haver outras 112 mil.
Melo considera que a falta de um tratado atualizado sobre insetos do Brasil era um empecilho para que a entomologia avançasse no país. “Esperamos que o livro, além de atrair novos interessados no estudo dos insetos, sirva de referência para o ensino e dê suporte para pesquisas, principalmente de ordens ainda pouco estudadas.”

Katy Mary de FariasEspecial para a CH On-line/ PR

Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/

Bactérias podem ajudar a recompor a mata ciliar

Engenheiro agrônomo realiza estudos para recomposição da mata ciliar do Rio São Francisco por meio de rizóbios e leguminosas

POR PATRÍCIA LAIS*
 
O uso do solo para fins agrícolas, a expansão da área urbana e a grande poluição provocada pela própria população são os principais causadores de degradações ambientais. A mata ciliar do rio São Francisco, por exemplo, é uma das vítimas de ações comprometedoras do solo e da vegetação que o margeiam.
Devido a essa problemática, o engenheiro agrônomo Rubens Carvalho, de 28 anos, mestre em Agronomia pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), desenvolve uma pesquisa baseada na recomposição da mata ciliar por meio de tecnologias sustentáveis. Carvalho é natural do distrito de Caatinga do Moura, localizado no município de Jacobina (BA) e concluiu seu mestrado em agosto de 2011.
A pesquisa, desenvolvida como dissertação de mestrado, consiste no melhoramento e crescimento da mata através da associação entre rizóbios e leguminosas. O rizóbio é um gênero de bactéria fixadora de nitrogênio que, em convivência com leguminosas, converte esse nitrogênio em amônia, que, por sua vez, anexada às plantas possibilita o bom desenvolvimento da vegetação. Esse processo, denominado Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), é uma alternativa sustentável para recuperar o solo degradado.


Experimento com mudas de Feijão Caupi. Foto: Arquivo
Experimento com mudas de Feijão Caupi. Foto: Arquivo
Para desenvolver o experimento, o pesquisador utilizou o feijão-caupi, um dos principais componentes da dieta alimentar no Nordeste. Essa leguminosa se adapta a solos de baixa fertilidade e tem um potencial nutritivo para diversos usos na culinária, o que facilita a vida de quem não tem condições de investir em adubo. “O feijão-caupi pode ser cultivado entre as linhas das espécies nativas durante e depois do desenvolvimento e contribuir como fonte de nitrogênio para as outras plantas, além de ser uma alternativa de geração de renda para os ribeirinhos”, acrescentou o pesquisador.
Segundo Carvalho, a escolha dessa linha de pesquisa foi feita em 2010 a partir de alguns projetos de instituições regionais que desenvolvem estudos de recomposição da mata ciliar. O maior objetivo é poder contribuir com o meio ambiente através da recuperação da mata ciliar e investir em uma tecnologia para a produção de mudas.

Coleta de sementes da mata ciliar na UNEB. Foto: Arquivo
Coleta de sementes da mata ciliar na UNEB. Foto: Arquivo
           
Os experimentos iniciais foram realizados no Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) da UNEB em parceria com a Embrapa Semiárido. As áreas escolhidas foram regiões ribeirinhas dos municípios dos Estados da Bahia e de Pernambuco, onde foram coletadas amostras do solo. “Depois de feita as coletas dos solos, realizamos um experimento em casa de vegetação para captura dos isolados de bactérias. Em seguida, no Laboratório de Microbiologia do Solo, isolamos, caracterizamos e realizamos outros testes com as bactérias”, explicou.
Antes dos procedimentos serem colocados em prática no meio ambiente, são necessários diversos estudos técnicos sobre a fauna, a flora e o solo ribeirinhos e, principalmente, a realização de um processo avaliativo acerca dos motivos da degradação. “O tempo necessário é aquele no qual se pode observar que há uma reconstrução do que era nativo nas margens dos rios para que voltem a ter água de qualidade e uma diversidade biológica vegetal e animal”, disse Carvalho.
Para o pesquisador, uma das dificuldades em desenvolver a pesquisa é a falta de informação por parte dos moradores ribeirinhos e o medo de não poder produzir nas áreas mais férteis. Além disso, os custos do projeto e o incentivo e apoio do governo também interferem na aplicação da pesquisa.Os testes realizados com bactérias em casa de vegetação foramconcluídos recentemente. Nesta etapa da pesquisa, comprovou-se quevariações de bactérias nativas das margens do rio podem substituir umaespécie de adubo sintético, que tem custo elevado e apresenta umaameaça ao solo e às fontes de água. A próxima fase do trabalho é levaros testes a campo para confirmar esse resultado
.
Patrícia Lais é aluna e monitora da Agência MultiCiência*

Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br

Brasileiros descobrem nova proteína em plantas e a batizam de ‘Samba’

Pesquisa foi feita em parceria entre cientistas brasileiros e belgas.
No futuro, descoberta pode ser usada para ajudar na agricultura.



À esquerda, uma planta com a
proteína 'Samba' ativada. À direita, a
mesma espécie com a proteína
desativada. Do alto para baixo,
sementes, embriões, esporos e a
planta madura. Sem a proteína, o
vegetal cresce mais
(Foto: Reprodução)

Cientistas brasileiros e belgas descobriram uma proteína que controla o ciclo de vida das células de plantas. A descoberta foi descrita em uma edição avançada da revista PNAS, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, divulgada nesta segunda-feira (6). A proteína foi batizada de “Samba”, em homenagem dos pesquisadores belgas à participação brasileira no projeto.
A Samba é parte de um “grupo” de 13 proteínas responsável por controlar o ciclo celular de todos os organismos complexos. Esse grupo é encontrado tanto em plantas quanto animais. O objetivo dos cientistas era identificar quais dessas proteínas eram exclusivas das plantas. Foi investigando isso que eles encontraram a Samba. 
“É uma proteína única e exclusiva das plantas, que não conhecíamos antes”, explicou ao G1 o professor de bioquímica Paulo Ferreira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um dos autores do estudo. A pesquisa é fruto do trabalho de pós-doutorado da brasileira Núbia Eloy, que no momento atua na Bélgica.
A função da proteína Samba no ciclo celular é determinar quais partes da célula devem ser destruídas.
“Ela age como se fosse um selo ou um carimbo, marcando o que vai ser destruído”, conta Ferreira.
Quando ela não funciona, as plantas crescem não apenas mais, mas mais rápido.
“Quando a proteína era desativada, a gente percebeu que as plantas se desenvolviam mais. Ou seja, ela tem uma ação inibidora do crescimento”, afirmou o cientista.
A descoberta pode render avanços importantes na área da agricultura no futuro e foi patenteada pela UFRJ e pela universidade belga. “Sem ela, você produz mais e mais rápido, o que diminui os riscos e gastos com a plantação. Seria uma aplicação muito interessante”, disse ele.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Instituto libera vídeo de tubarão sendo pescado por dirigível nos EUA

Gravação de 1934 mostra pesca 'inusitada' nos arredores de Miami.
Pescador recebe cumprimentos, em filmagem de 57s em preto-e-branco


Tubarão é pescado por dirigível nos arredores de Miami, nos EUA (Foto: Smithsonian.com/Reprodução)

Um vídeo disponibilizado no site do Instituto Smithsonian, nos Estados Unidos, mostra uma pesca inusitada: um tubarão é fisgado a partir de um dirigível nos arredores de Miami, na Flórida (veja o vídeo).

gravação em preto-e-branco, filmada em 1934, mostra o tubarão sendo içado lentamente pela aeronave. O animal se debate, tenta voltar para a água e vai sendo suspenso no ar pelo dirigível.
As imagens duram 57 segundos. Os pilotos do dirigível e o pescador são vistos no fim da filmagem ao lado do tubarão, recebendo cumprimentos. O animal parece ter o tamanho de um ser humano, com aproximadamente 1,60 metros de altura.

Tubarão se debate, mas acaba sendo pescado por dirigível em Miami (Foto: Smithsonian.com/Reprodução)

Tripulação de dirigível recebe cumprimentos após o feito (Foto: Smithsonian.com/Reprodução)





 Fonte: g1.blobo.com





 ¨A única palavra que me vem a cabeça é crueldade¨
Eduardo M. Franco



sábado, 4 de agosto de 2012

Israelense cria bicicleta de papelão com apenas 9 dólares



Embora pareça impossível, o israelense Giora Kariv mostrou que dá para construir quase qualquer coisa com papelão reciclado. Com uma bagatela de apenas 9 dólares, ele criou uma bicicleta a partir das embalagens descartadas pelo comércio. Ele acredita que sua bike ecológica pode melhorar a vida de comunidades pobres porque, além de estimular a reciclagem, ela é forte, durável e, principalmente, barata.   Mais do que uma boa dose de criatividade, o israelense precisou foi mesmo de uma enorme determinação. "Todo mundo dizia que seria impossível, mas eu estava tão obcecado por essa essa ideia que precisava tentar", conta em um vídeo sobre a empreitada.   Apaixonado pelas magrelas, ele se inspirou numa história que ouviu de um vendedor de uma loja de bicicletas sobre uma canoa feita de papelão. Ficou com ideia na cabeça e pensou: por que não fazer uma bicicleta assim?   "Não havia conhecimento no mercado sobre como trabalhar com papelão além da confecção de embalagens. Então, fui testando métodos diferentes. Basicamente, uso a mesma técnica de dobraduras de origamis japoneses", explica.   Kariv trabalhou duro e dobrou muito papelão para chegar ao protótipo ideal, que combina o design tradicional de uma bike e a resistência - ela tem capacidade de suportar o peso de uma pessoa de até 140 quilos. O resultado impressiona: uma vez pronta, não dá nem para acreditar que é feita de papelão.




Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Cientistas detectam câncer de 'pele' em peixes do Pacífico


Truta de coral tem manchas negras no couro, resultado da produção desenfreada de melanoma, habitat está abaixo do buraco da camada de ozônio

Manchas negras são indícios de câncer de pele em trutas que vivem no Grande Recife de Corais
Pela primeira vez, cientistas da universidade de Newcastle, na Grã-Bretanha, e do Instituto Australiano de Ciência Marinha, detectaram sinais de câncer de 'pele' em peixes que habitam a região da Grande Barreira de Corais, entre a Austrália e a Papua-Nova Guiné, bem abaixo do maior buraco da camada de ozônio. O estudo foi publicado no periódico científico Plos One.
A doença foi encontrada em peixes da espécie Plectropomus leopardos, conhecido como truta de coral, abundante na região. Os peixes apresentaram manchas negras no couro, algumas cobrindo quase todo o corpo do animal, outras atingindo parte da área.
Manchas negras são indícios de câncer de pele em trutas que vivem no Grande Recife de Corais

Dos 136 peixes analisados, 15% apresentaram essas lesões. Para Michael Sweet, da universidade de Newcastle e coordenador do estudo, os números são significativos.
“Concentramos esforços nesta espécie de truta, mas durante a pesquisa percebemos padrões parecidos de melanoma em pelo menos outras duas espécies que vivem na mesma área”, falou. “As amostras são de peixes com câncer de 'pele' superficial. Mas como o animal fica mais vulnerável ao desenvolver a doença, se locomove menos e come pouco, acreditamos que eles se tornam presas fáceis da pesca e, por isso, pode haver mais casos de doenças nos animais marinhos”, falou.
Câncer em peixes – Até então, casos de câncer de 'pele' em peixes só era conhecido em espécies usadas dentro de laboratórios, para estudo da evolução da doença. Nestas espécies, genes que sofriam mutação passavam a produzir melanoma desenfreadamente. Fora do laboratório, esta é a primeira vez que a doença é descrita.
Buraco na camada de ozônio – Michael Sweet ainda não diz categoricamente que o câncer no couro dos peixes é causado pela exposição extensiva aos raios ultravioleta devido ao buraco na camada de ozônio na região. Segundo ele, outros estudos mais conclusivos precisam ser feitos para comprovar a hipótese.
No entanto, Sweet afirma que os padrões de melanoma nas trutas são os mesmos apresentados em peixes de laboratório alterados geneticamente para desenvolver a doença. Segundo Sweet, isso pode ter ocorrido também com a espécie estudada.
“Dado o cenário de alterações climáticas e as mudanças constantes no ambiente de corais, entender a causa da doença é importante para contribuir para preservação dos recifes de coral e seus habitantes”, falou Sweet.
O próximo passo será estudar uma amostra maior de peixes para tentar determinar a extensão da doença na população de animais marinhos e os reflexos dessa doença no modo de vida dos cardumes.

Entrevista

Michael Sweet
Pesquisador da Universidade Newcastle, na Grã-Bretanha

Como começou essa pesquisa?
Estávamos fazendo uma pesquisa sobre doenças em recifes de coral na Ilha Heron, na Grande Barreira de Corais, e ao mesmo tempo um grupo de pesquisadores do Instituto Australiano de Ciências Marinhas conduzia outra pesquisa com tubarões e suas presas, que são as trutas de coral. Por muitos anos eles percebiam manchas escuras nos peixes, mas não sabiam a quem recorrer. Eu me ofereci para estudar a doença. Inicialmente achávamos que era um fungo, mas a análise mostrou que se tratava de uma produção desorganizada de melanina, indício de câncer.
Esta é a única espécie de peixe com câncer?
No início da pesquisa, focamos apenas em trutas de coral. No entanto, logo descobrimos os mesmos sintomas em outras duas espécies de truta da região. Com a divulgação da pesquisa esperamos encontrar ainda mais relatos de casos semelhantes.
Esse tipo de câncer já havia aparecido em peixes antes?
Em tudo que conhecemos da vida marinha, isso nunca foi relatado em peixes antes. No entanto, há casos de câncer no couro de peixes de laboratório. Eles passam por mutação genética para desenvolver a doença e ajudar a estudar a evolução do câncer de pele em seres humanos.
Qual é a causa desta doença em peixes?

Precisamos de mais pesquisas para determinar a causa, mas nosso estudo mostra que não se trata de doença microbiana. No entanto, encontramos relação forte entre as nossas amostras e os peixes de laboratório com câncer, o que sugere que a exposição aos raios UV-B é a causa mais relacionada ao câncer no couro de peixes. Isso está associado a uma maior prevalência da doença em peixes que estão abaixo do buraco da camada de ozônio, no hemisfério sul, reforça nossa hipótese. No entanto, mais pesquisas precisam ser feitas para comprovar essa tese. 

Grande Barreira de Corais, na Austrália, onde os peixes foram coletados para análise; 15% da amostra apresentou sintomas de câncer de pele

Estudos acham células-tronco em câncer

DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA + SAÚDE"

Por que um câncer pode voltar a crescer após um tratamento aparentemente bem-sucedido? Cientistas que assinam três trabalhos publicados ontem indicam que a chave do problema está nas células-tronco do tumor.
Nesses estudos, dois editados pela revista científica "Nature" e um pela "Science", camundongos geneticamente modificados para que suas células-tronco ficassem coloridas e para que tivessem câncer foram usados para mostrar que é esse tipo de célula que comanda o processo de crescimento do tumor.
Por meio das marcações coloridas, um dos estudos traçou a "descendência" das células, que formam outras em um tumor de pele.
Em outro estudo, feito com camundongos com glioblastoma (tumor cerebral agressivo), a atuação das células-tronco foi confirmada por meio do uso de tratamentos.
Primeiro, os animais receberam uma droga de quimioterapia que é usada hoje contra esse tipo de tumor. O câncer diminuiu, mas voltou a crescer. Por meio de imagens de amostras desses tumores, os cientistas viram que as células-tronco estavam por trás da recidiva.
Os camundongos também foram tratados com um medicamento desenvolvido só para eles e que mata essas células-tronco. Dessa vez, o tumor foi erradicado.
De acordo com o biólogo Tiago Góss dos Santos, pesquisador do Hospital A.C. Camargo, os estudos dão força à ideia de que uma célula-tronco, quando se torna cancerosa, dá origem aos vários tipos de célula que compõem um tumor.

COM HIERARQUIA

O outro modelo, que antes era mais aceito, era de que não haveria uma hierarquia: todas as células do câncer seriam igualmente responsáveis pelo seu crescimento.
"Já foi visto que a maioria das células mortas pela quimioterapia são as já diferenciadas [que não são células-tronco]. Ainda que mate 90% das células, o tratamento não está eliminando a parte do tumor que o faz crescer."
O oncologista Bernardo Garicochea, responsável por ensino e pesquisa no Hospital Sírio-Libanês, afirma que, agora, é preciso investigar mais a fundo a resistência dessas células à químio.
"Nosso corpo não 'liga' muito para células mais velhas, que serão logo descartadas em favor de novas. Com o tumor, é a mesma coisa: o que 'importa' é manter a capacidade de regeneração."
Em seu estado normal, as células-tronco, que estão presentes por todo o nosso organismo, têm funções importantes na regeneração, dando origem a novas células.
Para o oncologista, um próximo passo a ser dado é analisar em detalhes essas células-troncos tumorais para que seja possível criar drogas específicas para elas, que não afetem as células-tronco normais e necessárias.
A presença maior ou menor dessas células em um tumor também pode vir a mudar a classificação do potencial de risco da doença.
O papel das células-tronco nos tumores, no entanto, ainda está longe de ser um consenso, segundo o biólogo Tiago dos Santos. O tema será debatido em um encontro aberto ao público com pesquisadores no Hospital A.C. Camargo no próximo dia 29.


Nova epidemia de Ebola já deixou 16 mortos em Uganda, confirma OMS

Ao menos 50 pacientes estão sendo tratados como possíveis vítimas. Anúncio foi feito pela Organização Mundial de Saúde nesta sexta-feira

A mais recente epidemia com o vírus Ebola já deixou um saldo de 16 pessoas mortas em Uganda, enquanto outros 50 pacientes estão sendo tratados como possíveis vítimas, informou nesta sexta-feira (3) a Organização Mundial de Saúde (OMS).
"Atualmente temos 50 casos sob suspeita e 16 pessoas mortas", disse em Genebra o porta-voz da OMS, Tarek Jasarevic.
Por enquanto a epidemia se limita ao oeste do país, disse o porta-voz, que acrescentou que o caso de uma mulher morta na capital, Kampala, se tratou de uma infecção contraída na região ocidental e que ela viajou à cidade para se submeter a um tratamento.
A nova epidemia de Ebola foi declarada em julho na região de Kibale, a 200 km de Kampala e a 50 km da fronteira com a República Democrática do Congo.
Países vizinhos, como Quênia, Ruanda, Sudão do Sul e Tanzânia já emitiram alertas para que seus cidadãos denunciem aos centros médicos qualquer caso que tenha sintomas parecidos com os gerados pelo Ebola.

Presidente pede que contato físico seja evitado
O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, fez pronunciamento pela televisão e rádio no último dia 30 e pediu à população que evite qualquer contato físico para evitar a propagação do vírus.

"O Ebola se propaga através do contato, quando uma pessoa toca fisicamente outras pessoas. Evitem apertar as mãos (de outras pessoas) porque o suor das mãos pode causar problemas", disse Museveni.

O presidente também pediu à população que "não lance fogo no corpo de uma pessoa que morreu com sintomas que parecem ser de Ebola. Em vez disso, chamem os funcionários de saúde porque eles sabem como agir. Evitem promiscuidade porque esta doença pode ser transmitida através de relações sexuais".

*Com informações da France Presse.

Fonte: g1.globo.com

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Essa imagem diz tudo!!!


Desmatamento na Amazônia cai 49% entre abril e julho, aponta Inpe


Comparação foi feita com o mesmo período de 2011.

Em 12 meses, houve redução de 23% na devastação da floresta.


O desmatamento na Amazônia Legal caiu 49% entre abril e julho de 2012, na comparação com o mesmo período do ano passado, informou nesta quinta-feira (2) o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os dados foram obtidos pelo sistema de detecção do desmatamento em tempo real, o Deter, que utiliza imagens de satélite para visualizar a perda mensal de vegetação no bioma.
Na comparação dos dados do Deter de agosto 2010 a julho 2011 com agosto de 2011 a julho de 2012, houve redução de 23% na devastação do bioma (caiu de 2.679,56 km² para 2.049,83 km²).
Entretanto, o índice oficial anual, fornecido pelo sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal) deve ser divulgado apenas nos próximos meses.
Segundo o instituto, entre abril, maio, junho e julho deste ano o desmatamento causou a perda de 651,62 km² de cobertura florestal, uma área equivalente a 36 vezes o tamanho do arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco. Nos quatro meses de 2011, a devastação registrada no bioma foi de 1.282,99 km² (uma área maior que cidade do Rio de Janeiro).
Em abril de 2012, houve uma redução de 232,57 km² de floresta. Em maio, a perda foi de 98,85 km²; em junho, uma área de 107,5 km² foi devastada, enquanto que em julho, houve a derrubada de 212,7 km² de mata nativa devido ao desmatamento. A cobertura de nuvens entre abril e junho não alcançou 50%, ou seja, os satélites conseguiram observar boa parte do bioma, que abrange nove estados brasileiros. O dado de julho ainda não estava disponível
Estados
Mato Grosso foi o estado que registrou maior redução na devastação entre 2012 e 2011. Segundo o Deter, MT foi responsável pela perda de 311,84 km² de floresta entre abril e julho (178 km², 34,32 km², 47,68 km² e 51,52 km²respectivamente) -- queda de 50% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Em 2011, uma intervenção do governo federal foi necessária no estado devido ao ritmo intenso de degradação da vegetação. Na época, o ministério do Meio Ambiente anunciou a criação de um "gabinete de crise" para "sufocar" o ritmo de destruição na região.


Ainda na análise do quadrimestre de 2012, o Pará foi responsável por derrubar 187,82 km² de vegetação, sendo que em julho houve o maior índice, 92,98 km², sendo o estado que mais desmatou a floresta amazônica no último mês analisado. Rondônia vem em seguida, com 91,61 km².
Imagem aérea mostra desmatamento na Amazônia. Segundo o Inpe, bioma perdeu 651 km² de cobertura vegetal entre abril e julho deste ano. (Foto: Divulgação/Toby Gardner/Science)


Menor índice histórico
Em junho, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou que a Amazônia Legal teve o menor índice de desmatamento dos últimos 23 anos. Segundo Inpe, a região teve 6.418 km² de floresta desmatada entre agosto de 2010 e julho de 2011 -- equivalente a quatro vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
Foi a menor taxa desde que o instituto começou a fazer a medição, em 1988, e houve uma redução de 8% em relação ao mesmo período em 2009 e 2010. No entanto, em dezembro do ano passado, o Inpe havia divulgado uma expectativa de desmate de 6.238 km² -- alta de 3%.
O número foi obtido a partir dos dados consolidados do sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), que consolida informações coletadas ao longo de um ano por satélites capazes de detectar áreas desmatadas a partir de 6,25 hectares.