sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Butantan começa a substituir roedores por peixes em pesquisas

Paulistinha, ou zebrafish, passará a servir como modelo experimental.
Em outros países, espécie já faz parte de estudos há mais de 30 anos


O peixe paulistinha já está sendo criado no Instituto Butantan para participar de pesquisas. (Foto: Camilla Carvalho/Instituto Butantan)
O peixe paulistinha já está sendo criado no Instituto Butantan para participar de pesquisas. (Foto: Camilla Carvalho/Instituto Butantan)

O peixe paulistinha, ou zebrafish, já é utilizado há 30 anos como modelo experimental ao redor do mundo, substituindo os roedores. No Brasil, o uso dessa alternativa ainda é raro. Agora, pesquisadores do Laboratório Especial de Toxinologia Aplicada (Leta), do Instituto Butantan, preparam-se para introduzir a prática em áreas como imunologia e farmacologia.
Segundo a pesquisadora Mônica Lopes Ferreira, do Leta, mundialmente, cerca de 2 mil artigos publicados anualmente utilizam o paulistinha como modelo experimental. No Brasil, esse índice é de apenas 40 artigos por ano. “Pouquíssimos brasileiros estão usando essa técnica, estamos atrasados em relação ao mundo”, afirma.

O peixe pode substituir camundongos ou ratos na maioria dos estudos, segundo Mônica. “O único limite é que, como o camundongo vem sendo usado há muito tempo, temos muitos reagentes específicos para camundongos”, diz a pesquisadora. Além disso, algumas pesquisas demandam a coleta de sangue em maior quantidade, por exemplo, situações nas quais os roedores ainda são os mais indicados.

Entre as vantagens do uso do peixe está o custo. Se a manutenção de um camundongo custa, em média, R$ 8, o preço cai para R$ 0,50 com o zebrafish.
Paulistinha pode substituir roedores em quase todos os estudos. (Foto: Camilla Carvalho/Instituto Butantan)Paulistinha pode substituir roedores em quase
todos os experimentos. (Foto: Camilla Carvalho/
Instituto Butantan)
Além disso, o ciclo de vida do peixe é mais rápido, o que também acelera as pesquisas. Imagine que o pesquisador queira, por exemplo, avaliar o efeito de determinada substância na reprodução do animal. O processo que poderia demorar até três meses com o camundongo pode levar apenas 72 horas com o peixe.

É possível também trabalhar com o paulistinha sem sacrificá-lo, já que seu corpo transparente permite que as estruturas internas sejam observadas sem que seja necessário cortá-lo.

O projeto para introduzir o peixe nas pesquisas do Instituto Butantan começou há um ano. Mônica visitou laboratórios da Universidade do Chile, da Universidade de Lisboa e da PUC do Rio Grande do Sul, que já têm experiência com a técnica. Com o apoio da Fapesp, seu laboratório já comprou e instalou os equipamentos necessários para a criação do paulistinha.

Em seis meses, os peixes começarão a ser utilizados nas pesquisas do Leta. A ideia é que, em breve, o laboratório estabeleça parcerias com outros centros do Instituto Butantan e  até de outras instituições para trocar experiências sobre pesquisas com o zebrafish.
Mas os mais tradicionais camundongos ainda não vão se "aposentar". Segundo Mônica, o uso do zebrafish será um complemento ao uso dos roedores, mas não pretende substituí-los totalmente.

Parecidos com o homem
Para os leigos, pode parecer que os peixes estão muito mais distantes do homem do que os roedores. Mas a diferença não é tão grande. Mônica conta que o sequenciamento genômico dos camundongos revela que eles têm 80% de genes em comum com o homem. Já os peixes paulistinhas têm 70% de semelhança. “Somos muito parecidos. O que eu testar no zebrafish, posso transpor para o humano, guardadas as devidas limitações que são as mesmas em relação aos camundongos”, diz a pesquisadora.

Fonte: g1.globo.com

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Conheça o Edukatu, primeira rede de aprendizagem para o consumo consciente e a sustentabilidade

Projeto visa mobilizar alunos e professores do Ensino Fundamental de todo o Brasil para o desenvolvimento de uma comunidade em prol da educação para o consumo consciente 






Utilizando a tecnologia da informação como ferramenta para a promoção da educação, o Instituto Akatu inova ao lançar o projeto Edukatu, a primeira rede de aprendizagem para o consumo consciente e a sustentabilidade. Voltada para alunos e professores, a rede pretende incentivar a troca de conhecimentos e práticas sobre consumo consciente e sustentabilidade em escolas de Ensino Fundamental em todo o País.

O Edukatu é uma iniciativa do Akatu em parceria com a Braskem, líder mundial em biopolímeros, e conta com o apoio institucional do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Educação. O Edukatu se beneficiou dos resultados de diversos projetos educativos realizados anteriormente pelo Akatu, com o apoio da própria Braskem, da HP e da Mondelez Brasil. A partir de seu lançamento, contará também com o apoio da Fundação Cargill para o desenvolvimento de novos conteúdos.

A plataforma online do Edukatu (www.edukatu.org.br) é dividida em três blocos: o “Na Mochila”, com conteúdo de referência sobre consumo consciente; o “Circuito”, bloco de navegação guiada, com games e atividades lúdicas; e a “Rede”, espaço onde alunos e professores se encontram para fazer contato e compartilhar experiências, e que contará com a participação de um mediador do Akatu para tirar dúvidas e dar dicas aos participantes.

“Práticas conscientes não podem ser impostas. Por isso, o projeto conta com uma plataforma totalmente interativa. A ideia é não ter um aprendizado unidirecional, e sim, proporcionar a troca de informações e experiências com professores, alunos e escolas”, avalia Helio Mattar, diretor-presidente do Akatu. Para ele, essa abordagem destaca a internet e as tecnologias de comunicação como meios fundamentais para estimular a constante troca de informações e o aprendizado contínuo a partir do ambiente escolar.

A proposta do Edukatu é que cada participante da rede seja um multiplicador do que aprende e compartilha nesse espaço, ampliando, de forma colaborativa, o debate sobre consumo consciente e sustentabilidade, e intervindo diretamente em seu cotidiano e nas práticas diárias daqueles que o cercam. “O Edukatu tem como missão contribuir para o desenvolvimento de uma comunidade de engajamento contínuo em favor do consumo consciente”, complementa.

“Ser parceiro do Akatu neste projeto é uma forma da Braskem contribuir no desenvolvimento de uma sociedade mais sustentável. O intuito é promover a mudança do ato de consumo. Refletir sobre o impacto do produto desde a produção, passando pelo uso, até o descarte, é responsabilidade de cada um de nós e é uma atitude que certamente transformará nosso mundo”, afirma André Leal, líder de Responsabilidade Social da Braskem.

O projeto foi desenvolvido por meio de um processo colaborativo, que envolveu especialistas em educação, consumo consciente, sustentabilidade, comunicação e cultura digital. No primeiro semestre deste ano foi realizada uma fase piloto, que contou com a participação de 16 escolas públicas de todas as regiões do Brasil, somando 400 inscritos. Em muitas escolas, o projeto saiu das salas de aula e envolveu a comunidade escolar e os pais dos alunos no debate sobre o consumo consciente.

CONSUMO CONSCIENTE NO CURRÍCULO

A integração dos conceitos e práticas de consumo consciente nas diversas matérias do currículo escolar é um objetivo que o Instituto Akatu busca desde o início de suas atividades, em 2001. “Já realizamos campanhas e outros projetos educativos, sempre motivados por uma proposta maior, que é a inclusão do consumo consciente na educação formal, como tema transversal que pode ser trabalhado em diversas disciplinas do currículo em todas as escolas”, comenta Silvia Sá, Gerente de Educação do Akatu.

Umas das principais conclusões dos líderes presentes na Rio+20, realizada no ano passado, é que a educação para consumo consciente e para a sustentabilidade é um dos meios mais poderosos para se alcançar o desenvolvimento sustentável. A Política Nacional de Educação Ambiental, assim como o Plano Brasileiro de Produção e Consumo Sustentáveis também apontam para a importância da educação para o consumo nas escolas. “O Edukatu é um passo para que esse objetivo seja alcançado. Queremos que o Edukatu frutifique, resulte em boas alternativas ao consumismo vazio e insustentável e contribua para a construção de uma sociedade melhor para nós mesmos, nossos filhos e nossos netos”, afirma Mattar.

Fonte: http://akatu.org.br/

Desperdício de alimentos é 3º maior emissor de GEE do mundo, diz ONU








Um terço dos alimentos produzidos no mundo édesperdiçado a cada ano - junto com toda a energia, água e produtos químicos envolvidos em sua produção e descarte. É o que mostra um relatório da ONU - Organização das Nações Unidas, divulgado nesta quarta-feira. Segundo o documento, o desperdício de comidapode ser visto como terceiro maior emissor de gases de efeito estufa no mundo, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos.

Os alimentos destinados ao consumo humano descartados anualmente correspondem a aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas. Isso significa que quase 30% por cento das terras agrícolas do mundo, e um volume de água equivalente à vazão anual do rio Volga, o mais longo e caudaloso da Europa, são usadas em vão.

No relatório, intitulado A Pegada do Desperdício Alimentar, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e a Alimentação (FAO, na sigla em inglês) estima o custo do desperdício de alimentos, excluindo os peixes e frutos do mar, em cerca de 750 bilhões de dólares por ano, com base nos preços de produção. Traduzido em recursos naturais, ele consome cerca de 250 quilômetros cúbicos de água e ocupa cerca de 1,4 bilhão de hectares de terra.

A FAO estima que os alimentos desperdiçados correspondem à emissão de 3,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Se fosse um país, seria o terceiro maior emissor do mundo. Segundo a instituição, ouso mais eficiente dos alimentos poderia contribuir para a redução das emissões de gases do efeito estufa e, consequentemente, diminuir o aquecimento global.

SOLUÇÕES
No mundo industrializado, a maior parte do desperdício vem de consumidores que compram muito e jogam fora o que não comem. Já nos países em desenvolvimento, a causa principal é a agricultura ineficiente e falta de instalações de armazenamento adequadas.

"A redução do descarte de alimentos não só evitaria a pressão sobre recursos naturaisescassos, mas também diminuiria a necessidade de aumentar a produção em 60%, a fim de atender a demanda da população em 2050", diz a FAO.

A organização sugere melhorar a comunicação entre produtores e consumidores para gerenciar a cadeia de suprimentos de forma mais eficiente, bem como investir mais na colheita, resfriamento, métodos de embalagem e alternativas para o despejo deresíduos orgânicos em aterros sanitários. Ainda segundo a FAO, os consumidores de países desenvolvidos devem ser encorajados a servir pequenas porções e fazer mais uso das sobras.

Fonte: planetasustentavel.abril.com.br

Índios suruí concluem 1ª venda de créditos de carbono indígenas do país

Aldeia de Rondônia vendeu créditos para a empresa brasileira Natura.

Compra é forma de compensação de emissões de gases de efeito estufa.


Indígenas da aldeia pater-suruí, que vivem em área de floresta amazônica no Norte do país (Foto: Reprodução/TV Globo)
Indígenas da paiter-suruí, que vivem em área de floresta amazônica no Norte do país (Foto: Reprodução/TV Globo)


Os índios paiter-suruí, que participam do projeto Carbono Florestal Suruí, em Rondônia, realizaram no início de setembro a primeira venda de créditos de carbono indígenas com certificação internacional já feita no país. Créditos de carbono são certificados conferidos a empresas que reduziram sua emissão de gases de efeito estufa à atmosfera.

A companhia brasileira de cosméticos Natura anunciou a compra de créditos que equivalem à emissão de 120 mil toneladas de carbono, para compensar suas liberações de poluentes por meio do processo industrial. O dinheiro da negociação será investido na preservação da floresta amazônica.

O projeto surgiu como uma alternativa de financiamento e geração de renda para a população indígena. Os moradores da Terra Indígena Sete de Setembro, que abrange 248 mil hectares de florestas em Rondônia e Mato Grosso, trabalham na preservação da Amazônia, evitando que ela seja desmatada, e também no reflorestamento de áreas que tenham sido degradadas. O objetivo é "sequestrar" o carbono, ou seja, evitar que ele seja liberado para a atmosfera.

Até o fim do ano, a Natura tem o objetivo de reduzir suas emissões de gases em 33%. O valor oficial da negociação não foi divulgado, mas o montante será destinado ao Fundo Carbono Suruí.

Alternativa de renda
O projeto indígena, iniciado em 2007, usa duas formas de compensação: o "sequestro" de carbono propriamente dito, por reflorestamento; e o desmatamento evitado e a conservação de estoques de carbono pela redução do desmatamento e da degradação florestal.

O trabalho é liderado pelo cacique Almir Suruí, um dos vencedores do prêmio "Herói da Floresta", concedido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Primeiro Redd+
O Projeto de Carbono Floresta Suruí é considerado pioneiro no Brasil por ser o primeiro projeto de Redd+ indígena a ser validado em certificações internacionais, reconhecido pelo Padrão de Carbono Verificado (VCS, na sigla em inglês) e pelo Padrão Ouro de Clima, Comunidade e Biodiversidade (CCB, na sigla em inglês).

Os dois padrões são os principais órgãos internacionais que creditam projetos para reduzir as emissões de gases do efeito estufa decorrentes do desmatamento e da degradação florestal, conceito conhecido como Redd (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal).


Fonte: g1.globo.com



terça-feira, 10 de setembro de 2013

ABSURDO: Romênia adota lei que autoriza eutanásia para cães de rua

Os deputados romenos adotaram nesta terça-feira uma lei que autoriza a eutanásia para cães de rua que não tenham sido reclamados por seus donos num período de 14 dias a partir de sua captura, uma decisão muito criticada pelos defensores dos animais. O texto foi adotado uma semana depois que uma criança morreu ao ser mordida por cães em um parte da capital romena.
A presença em Bucareste de 40 mil cães de rua, segundo a prefeitura e as ONGs de defesa dos direitos dos animais, causa polêmica no país, onde alguns são partidários da esterilização e adoção e outros defendem a eutanásia. Uma lei anterior que autorizava a eutanásia para os cachorros de rua foi declarada inconstitucional em janeiro de 2012.

Fonte: terra.com.br

¨Isso é um absurdo, ao invés de aprendermos a respeitar os animais e entender que essa superpopulação de animais nas ruas é culpa exclusivamente nossa, mas pelo visto estamos tomando decisões como se os animais fossem os culpados. Nem posso expressar minha indignação por uma decisão dessa ser tomada em pleno século 21.
Eduardo M. Franco

Relatório diz que mudança do clima pode afetar alimento e energia no país

Dados coletados por cientistas brasileiros serão divulgados nesta 2ª (9).

Agricultura nacional pode sofrer prejuízo anual de R$ 7 bilhões, estimam.

A vazão de importantes rios do país e o abastecimento de lençóis freáticos, responsáveis pelo fornecimento de água potável para a população, poderão ser comprometidos se a temperatura subir até 6 ºC nas próximas décadas e o volume de chuvas diminuir, conforme cenário do primeiro relatório de avaliação elaborado pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) que considera que os níveis de emissões de gases causadores de efeito estufa permaneçam altos.
Neste ambiente, a agricultura e o setor de energia do Brasil poderão ser fortemente impactados, sob risco de queda brusca do Produto Interno Bruto (PIB) e constantes crises que envolvem o abastecimento energético e de segurança alimentar.
Dividido em três volumes, o documento feito por 350 cientistas de diversas instituições será divulgado oficialmente nesta segunda-feira (9) durante a 1ª Conferência Nacional sobre o tema, que acontece na cidade de São Paulo.
Os dados foram coletados com a ajuda do "Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre”, primeiro sistema nacional de simulação do clima global, que incluiu características detalhadas do Brasil e do continente sul-americano neste tipo de modelagem.
Os cientistas afirmam que o relatório não representa "o fim do mundo”. No entanto, advertem que, se a situação atual de emissões de gases permanecer e nada for feito pelo governo para prevenir eventos naturais extremos, a situação pode se agravar.
Possibilidades dramáticas
- agricultura pode perder até R$ 7 bilhões por ano com o clima;
- queda na produtividade do café, soja, arroz e outras culturas;
- redução de chuvas no Norte e Nordeste; aumento no Sul e Sudeste, com risco de inundações;
- risco para o abastecimento das águas subterrâneas;
- em todo o litoral, volume de pesca pode cair 6% em 40 anos.
Cada vez mais quente
Segundo o documento, a temperatura no Brasil pode aumentar de 3 ºC a 6 ºC até 2100, situação que ficaria ainda mais crítica com uma possível escassez de chuvas.

Na Amazônia, por exemplo, em 2100 a temperatura pode subir cerca de 6 ºC e a distribuição de chuvas na região pode cair 45%.

Desmatamento e queimadas no bioma podem contribuir para alterar drasticamente o ciclo hidrológico da floresta (principalmente entre os meses de julho e novembro), prolongando a estação de seca e alterando a distribuição de chuvas no país.
O calor acentuado, até 5,5 ºC a mais do que a temperatura registrada atualmente, desencadearia um processo de desertificação da Caatinga, bioma já considerado ameaçado de extinção. No mesmo cenário de emissões altas, o Pantanal sofreria uma redução de 45% na quantidade de chuvas e um aumento de 4,5 ºC na temperatura.
Mata Atlântica e Pampa também registram, segundo o panorama de altas emissões, aumento na temperatura até 2100, de forma um pouco mais amena se comparado com as demais regiões. No entanto, o que preocupa, segundo o relatório, é o crescimento das taxas de pluviosidade.
Enquanto na porção Sul/Sudeste da Mata Atlântica a quantidade de chuva pode subir até 30% nas próximas décadas, no Pampa, que abrange os estados do Sul, esse cresce 40% – o que aumenta o risco de inundações e deslizamentos em áreas costeiras.
“São projeções dentro de cenários extremos de emissões de gases de efeito estufa. Se em 30 anos não mudarmos essa taxa atual, a temperatura média anual do país já deve aumentar 1 ºC”, explica Tércio Ambrizzi, professor titular do Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP) e um dos coordenadores do Volume 1 do relatório, que trata da “Base Científica das Mudanças Climáticas”.
Os cientistas alertam que, apesar da divulgação de informações sobre a variação das chuvas, ainda há discordâncias referentes a estes índices, que mudam de acordo com o modelo climático aplicado. Para eles, ainda é necessário discutir mais o tema.
O calor acentuado, até 5,5 ºC a mais do que a temperatura registrada atualmente, desencadearia um processo de desertificação da Caatinga, bioma já considerado ameaçado de extinção. No mesmo cenário de emissões altas, o Pantanal sofreria uma redução de 45% na quantidade de chuvas e um aumento de 4,5 ºC na temperatura.
Mata Atlântica e Pampa também registram, segundo o panorama de altas emissões, aumento na temperatura até 2100, de forma um pouco mais amena se comparado com as demais regiões. No entanto, o que preocupa, segundo o relatório, é o crescimento das taxas de pluviosidade.
Enquanto na porção Sul/Sudeste da Mata Atlântica a quantidade de chuva pode subir até 30% nas próximas décadas, no Pampa, que abrange os estados do Sul, esse cresce 40% – o que aumenta o risco de inundações e deslizamentos em áreas costeiras.
“São projeções dentro de cenários extremos de emissões de gases de efeito estufa. Se em 30 anos não mudarmos essa taxa atual, a temperatura média anual do país já deve aumentar 1 ºC”, explica Tércio Ambrizzi, professor titular do Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP) e um dos coordenadores do Volume 1 do relatório, que trata da “Base Científica das Mudanças Climáticas”.
Os cientistas alertam que, apesar da divulgação de informações sobre a variação das chuvas, ainda há discordâncias referentes a estes índices, que mudam de acordo com o modelo climático aplicado. Para eles, ainda é necessário discutir mais o tema.
Rio Tocantins está 2,5 metros acima do esperado para a época do ano (Foto: Reprodução/TV Mirante)

Vazão do Rio Tocantins pode diminuir 20%
(Foto: Reprodução/TV Mirante)
Rios mais secos e pesca ameaçada
Bacias importantes do leste da Amazônia (nas proximidades do Pará) e do Nordeste podem ter reduções significativas em suas vazões. A estimativa é de queda de 20%. Segundo o documento, o Rio Tocantins, que passa por Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará, poderá ter uma redução de até 30% em seu escoamento.
Essa diminuição afetaria, por exemplo, a geração de energia elétrica por hidrelétricas e a distribuição de eletricidade pelo país. Além disso, forçaria o governo a utilizar as termelétricas, consideradas mais poluentes.
No Sul do país, a Bacia do Paraná-Prata poderá ter aumento de vazão entre 10% e 40% nas próximas décadas. No entanto, os cientistas apontam que ainda há incertezas a respeito.
O relatório informa ainda que a mudança climática pode afetar as taxas de recarga de águas subterrâneas, ameaçando a qualidade desse recurso armazenado no subsolo. Os pesquisadores apontam que, mesmo sabendo de tais consequências, ainda é prematuro afirmar quais danos ocorrerão devido a poucas pesquisas realizadas sobre o tema.

Quanto aos oceanos, o documento diz que a acidificação será acentuada se as emissões de gases permanecerem altas e o potencial de pesca em toda a costa brasileira poderá diminuir em 6% nos próximos 40 anos.
Aumento da temperatura por biomas no Brasil (Foto: G1)
Impactos na agricultura
Estudos utilizados pelo painel brasileiro para elaborar o relatório de avaliação apontam que as mudanças climáticas reduzirão a produtividade de quase todas as culturas agrícolas existentes no país atualmente. A previsão de perdas econômicas causadas por geadas e secas na agricultura gira em torno de R$ 7 bilhões anuais até 2020.
Previsões científicas apontam que, se nada mudar no cenário de emissões, nos próximos sete anos o plantio de soja perderia 20% de sua produtividade e 24% até 2050. Até este mesmo ano, a área plantada de arroz no Brasil pode retroceder 7,5%, a de milho 16% e o cultivo de algodão pode decrescer 4,7%. A safra de laranja também poderá ser prejudicada por doenças prejudiciais ao fruto.
De acordo com Eduardo Assad, pesquisador da Embrapa e coordenador do Volume que trata sobre "Impactos, Vulnerabilidades e Adaptação às mudanças climáticas", o café-arabica, importante variedade cultivada no país, também poderá sofrer com o calor. Plantado principalmente na região Sudeste (Minas Gerais lidera a produção), este grão não conseguirá se desenvolver em temperaturas acima de 34 ºC, oferecendo risco à expansão da cultura.
Estima-se que até 2050 o clima influencie na perda de 10% de tudo o que for plantado no país. “A alternativa será trabalhar com variedades de café que tenham mais tolerância ao calor”, explica Assad. Apesar dos riscos à agricultura, ele comenta que o setor é o que tem planos de adaptação e mitigação mais avançados até o momento.
Em contrapartida, o calor pode beneficiar a cana-de-açúcar, planta muito resistente ao calor e à seca. A principal mudança no cultivo de cana ocorreria em São Paulo, onde haveria "transferência" da produção da região oeste para o leste do estado.
Governo precisa agir contra desastres
Para Emílio La Rovere, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do Volume 3 do relatório, que trata da "Mitigação à Mudança Climática", é necessário aperfeiçoar as políticas públicas voltadas à redução das emissões, planejando o combate a longo prazo, após 2020.

A data marca o prazo final para o cumprimento das metas brasileiras de redução de emissões, anunciadas em 2009 durante a conferência climática de Copenhague. Na época, o Brasil se comprometeu em diminuir entre 36,1% e 38,9% do total de emissões nacionais em comparação aos índices de 2005. Em junho deste ano, o governo anunciou que o país já atingiu cerca de 62% de sua meta.

La Rovere afirma que, se nada for feito para restringir as emissões pós 2020, o Brasil pode lançar na atmosfera 2,5 bilhões de toneladas de CO2 equivalente já em 2030. Para se ter ideia, o número supera o total de 2005, quando as emissões totalizavam cerca de 2 bilhões de toneladas. Em 2010, este número caiu para 1,25 bilhão de toneladas de CO2.

“Há uma dificuldade no pós 2020. Com o nível de desmatamento baixo, haverá uma pressão maior para o aumento da queima de combustíveis fósseis. Reduzir as emissões da indústria e dos transportes pode afetar a economia. A ideia é conseguir um crescimento econômico com menor consumo de energia e com mais energia renovável. Isso vai ser fundamental para que, após 2020, continuemos a reduzir as emissões”, explica Emílio.

Sobre planos de prevenção aos desastres climáticos, Eduardo Assad afirma que é necessário cuidar da já frágil região costeira do país, onde mora a maioria da população, realizando planos como o de zoneamento de risco urbano. Segundo ele, isso pode evitar, por exemplo, deslizamentos de encostas em períodos chuvosos.
“Não dá mais, como brasileiro, para aceitar mais desastres que matem mais de mil brasileiros de uma só vez. Medidas protetoras e preventivas têm de ser feitas urgentemente”, disse o pesquisador. "Os eventos extremos estão acontecendo com maior frequência. A população que não estiver preparada, vai sofrer com isso".
Imagem área mostra devastação em área de Nova Friburgo (Foto: Marino Azevedo/Governo do Estado do Rio de Janeiro)
Imagem aérea mostra devastação em bairro de Nova Friburgo, durante deslizamentos ocorridos por conta da chuva, em 2011. Falta de planejamento para prevenção de desastres naturais pode fazer novas vítimas (Foto: Marino Azevedo/Governo do Estado do Rio de Janeiro)

Fonte: g1.globo.com

Coronavírus mata mais 2 no Oriente Médio

Mortes ocorreram na Arábia Saudita e no Qatar.

Vírus também apareceu na Tunísia e em países europeus.

O coronavírus Mers matou duas pessoas no Golfo, uma delas na Arábia Saudita, onde a doença surgiu no ano passado, e um no vizinho Qatar, e outras três pessoas estão infectadas, informaram as autoridades de saúde neste domingo (8).

A morte de um homem de 74 anos de idade, na região de Medina do oeste da Arábia Saudita, foi a quadragésima quinta pela Síndrome Respiratória Coronavirus do Oriente Médio (MERS, na sigla em inglês), que pode causar tosse, febre e pneumonia.

No Qatar, a doença foi a causa da morte de um homem de 29 anos que estava hospitalizado desde 17 de agosto.

O Ministério da Saúde saudita disse neste domingo que três mulheres com idades entre 64 e 75 também contraíram a doença.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou no mês passado que o número de infecções confirmadas em todo o mundo foi de 102 no ano passado, dos quais quase a metade dessas pessoas morreram.

O vírus tem sido detectado também em pessoas na Tunísia, na França, na Alemanha, na Itália e na Grã-Bretanha.




Fonte: g1.globo.com

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Duas novas espécies de aranhas minúsculas são descobertas na China

Animais têm tamanho aproximado de um grão de areia.
Elas foram descobertas graças às suas pequenas teias, dizem cientistas.



Fêmea da espécie de aranha 'Mysmena wawuensis' (Foto: Divulgação/ZooKeys)Fêmea da espécie de aranha 'Mysmena wawuensis' (Foto: Divulgação/ZooKeys)
Cientistas descobriram duas novas espécies de aranhas muito pequenas, com tamanho aproximado de um grão de areia, debaixo de folhas em uma região de floresta na China.



Estruturas de um macho da espécie de aranha 'Trogloneta yuensis' (Foto: Divulgação/ZooKeys)Estruturas de um macho da espécie de aranha
'Trogloneta yuensis' (Foto: Divulgação/ZooKeys)
Os animais, das espécies Trogloneta yuensise Mysmena wawuensis, foram descritos no periódico científico "Zookeys" no final de maio.

A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade de Sichuan e da Academia Chinesa de Ciências em Pequim, ambas as instituições localizadas na China.

Entre as características das aranhas destaca-se o abdômen arredondado e grande em comparação com o cefalotórax (junção do tórax e cabeça), principalmente nas fêmeas, de acordo com os cientistas.

A espécie Mysmena wawuensis tem o corpo escuro, com pequenas pintas amarelas e patas douradas. O corpo do macho é menor que o da fêmea - ele mede, em média, 0,6 milímetros.

Já a outra espécie, Trogloneta yuensis, possui um padrão de cor que é quase o inverso: seu corpo é amarelado, com um grande abdômen, coberto com manchas e pintas pretas.

Os animais foram descobertos graças à suas pequenas teias, de acordo com os pesquisadores.

Maior barco solar do mundo estuda efeito das mudanças climáticas no oceano


Primeiro veículo movido a energia solar a dar a volta ao mundo, o Turanor PlanetSolar chegou a Nova York como parte de uma expedição que analisa os efeitos do clima sobre as correntes marítimas





O maior barco movido a energia solar do mundo chegou a Nova York nesta segunda-feira, como parte de uma expedição científica para estudar o efeito das mudanças climáticas no planeta. O Turanor PlanetSolar é uma embarcação suíça de 35 metros de comprimento dotado de uma imensa cobertura de painéis fotovoltaicos, que, quando abertos, fazem o barco chegar a 23 metros de largura.

Em maio de 2012, ele se tornou o primeiro veículo movido a energia solar a dar a volta ao mundo, após uma grande viagem de 584 dias e mais de 60 mil quilômetros percorridos. Agora, ele inicia uma nova etapa de sua missão, na qual irá estudar os efeitos do aquecimento global sobre a Corrente do Golfo, corrente marinha localizada no norte do Oceano Atlântico. "Em vez de se tornar um museu em algum porto, o barco agora desfruta desta segunda vida", diz Gerard d'Aboville, capitão da embarcação.

O PlanetSolar zarpou do porto de La Ciotat, no sudeste de França, há pouco mais de dois meses, e alcançou Miami, no sudeste dos Estados Unidos, no início de junho. A expedição deve continuar até agosto, com escalas em Boston, no nordeste dos Estados Unidos, em San Juan de Terranova, no Canadá, em Reykjavik, capital da Islândia, e, finalmente, Bergen, na Noruega. "Nosso objetivo é entender as complexas interações entre física, biologia e clima para ajudar os cientistas a aperfeiçoarem as simulações climáticas, especialmente no que diz respeito às trocas de energia entre o oceano e a atmosfera", afirma Martin Beniston, pesquisador da Universidade de Genebra, na Suíça, e chefe da missão.

PROEZA TECNOLÓGICA
A Corrente do Golfo tem origem no Golfo do México e desloca uma grande massa de água quente da região para o norte do Atlântico, assegurando à região oeste da Europa um clima mais quente do que o esperado para sua grande latitude. Além disso, ela impede uma excessiva aridez nas zonas tropicais americanas por onde passa, como o México e as Antilhas.

O objetivo da tripulação do barco é coletar informações sobre os efeitos das mudanças climáticas ao longo dos trechos atingidos pela Corrente do Golfo. "Vivo na Bretanha, no oeste da França, e estamos muito preocupados. Todos sabemos que se a Corrente do Golfo mudar, mesmo que seja só um pouquinho, nosso clima se deteriorará muito", afirma Gerard D'Aboville.

O Turanor PlanetSolar é considerado uma verdadeira proeza tecnológica, com sua cobertura de mais de 515 metros quadrados de painéis solares, peso de 90 toneladas e velocidade de até 26 quilômetros por hora. Durante toda sua operação, ele não requer gasolina e não emite gases de efeito estufa. "Como o barco é impulsionado por energia solar, não emite nenhuma substância contaminante que possa distorcer o material coletado na travessia de 8 mil quilômetros entre Miami e Bergen", diz Martin Beniston.

Atracado desde a segunda-feira em uma marina sobre o rio Hudson, no sul de Manhattan, o barco deve zarpar nesta sexta-feira com destino a Boston.

(Com Agência France-Presse)


Fonte:http://planetasustentavel.abril.com.br

Biólogos avistam no Canadá a primeira baleia negra em 60 anos

Espécie é uma das mais ameaçadas de extinção do mundo.
Alvo de forte captura no século 19, animal foi visto só 6 vezes no século 20.

Baleia negra é avistada pela primeira vez em 60 anos na costa do Canadá (Foto: AFP/Fisheries and Oceans Canada)
Foto divulgada pela guarda-costeira canadense mostra a baleia negra (Foto: AFP/Fisheries and Oceans Canada)


Uma baleia negra do Pacífico Norte, um dos animais mais ameaçados de extinção do mundo, foi avistada nos últimos dias pela primeira vez em mais de 60 anos na costa ocidental do Canadá, anunciou nesta quinta-feira (20) o ministério de Pesca e Oceanos.

Um navio da guarda-costeira canadense que cruzava as Ilhas da Rainha Carlota, na fronteira com o estado americano do Alasca, pôde observar o animal em várias ocasiões.

"Quando percebemos o que estávamos vendo, não podíamos acredita"', declarou em um comunicado James Pilkington, biólogo do ministério a bordo do navio.

A baleia negra foi vista em águas canadenses apenas seis vezes durante o século 20, a última há 60 anos.

A espécie é considerada uma das mais ameaçadas do planeta.

Esta baleia de pele negra e mandíbula curva pode medir até 17 metros e pesar 90 toneladas.

Durante o século 19, foi capturada intensivamente, até que nos anos 1960 sua pesca foi declarada ilegal. Calcula-se que restem entre 300 e 400 espécimes no Canadá, Alasca e Mar de Behring.

Fonte: g1.globo.com

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Vem ai o 16 Simpósio de Biologia Marinha da Universidade Santa Cecília

Conselho Nacional de Saúde define regras para estudos com humanos



O Conselho Nacional de Saúde (CNS) definiu novas regras para pesquisas científicas envolvendo a participação de seres humanos. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (13) e substitui três resoluções anteriores, de 1996, 2000 e 2008.

A medida abrange estudos de qualquer área do conhecimento que tenham ética, metodologia adequada e mais benefícios do que riscos, feitos por profissionais de instituições públicas ou privadas. Os temas, portanto, podem variar de trabalhos sobre novos medicamentos, genética, reprodução humana, transgênicos e células-tronco até pesquisas com populações indígenas e outros grupos.

"Com essa resolução, os direitos dos voluntários são muito enfatizados. Ela também abre novas possibilidades para pesquisas de fase 1 (primeiro momento em que se testam medicamentos em um grupo pequeno de humanos saudáveis), que têm sido pouco feitas no Brasill. Além disso, facilita estudos de bioequivalência (quando a molécula de uma substância se comporta de forma semelhante a um remédio de referência, patenteado) para registro de genéricos", explica o médico Aníbal Gil Lopes, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador adjunto da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), ligada ao CNS.

Os estudos também deverão ter relevância social, garantir que danos previsíveis sejam evitados, só serem feitos quando o resultado pretendido não puder ser obtido de outra forma, e usar métodos adequados (quantitativo, qualitativo ou os dois) às questões levantadas. Precisam garantir, ainda, a confidencialidade e a privacidade dos voluntários, protegendo a imagem deles e não usando as informações em prejuízo das pessoas ou comunidades, seja de autoestima, de prestígio ou financeiro.

Concordância e linguagem clara
Segundo o texto publicado, os indivíduos, grupos ou representantes legais dos participantes das pesquisas devem concordar com isso de forma livre e esclarecida, sem nenhuma pressão ou influência externa. Até os menores de idade deverão manifestar opinião, mesmo que os pais consintam o envolvimento deles nos estudos.

Para que possa refletir com calma, o indivíduo deve ter tempo suficiente e, se necessário, pedir a opinião de seus familiares, que podem ajudá-lo a tomar a decisão.

As informações sobre as pesquisas deverão, ainda, ser prestadas em linguagem clara e acessível, apropriadas à cultura, idade e condição socioeconômica dos voluntários.

"É uma questão muito semelhante a uma bula de remédio, que não adianta ter 20 páginas e letras miúdas. A pessoa precisa entender o que está lendo, pois, sem isso, não pode exercer sua autonomia", destaca Lopes.

Grupos não indicados
Entre os grupos que não são indicados a participar de estudos científicos, estão pessoas em situação vulnerável ou com possíveis limitações de autonomia, como estudantes, militares, presidiários e internos de centros de readaptação, empregados, moradores de asilos, associações religiosas ou situações parecidas.

"Esses grupos devem ser tratados de forma muito particular, pois não deveriam estar envolvidos em pesquisas. Para que eles possam participar, precisa haver justificativas e apresentação de procedimentos que garantam a liberdade do indivíduo", diz o coordenador adjunto da Conep.

Pacientes psiquiátricos, com doenças como esquizofrenia, poderão fazer parte de pesquisas desde que um responsável autorize e a própria pessoa também aceite.

Grávidas só devem ser voluntárias quando a gestação for o objeto do estudo. E mulheres em idade fértil devem levar em conta possíveis interferências da pesquisa sobre a fertilidade, a chance de gravidez, o embrião ou feto, o parto, o pós-parto, a amamentação e o recém-nascido. Voluntárias homossexuais que façam sexo sem fins reprodutivos também não podem ser obrigadas a tomar pílulas anticoncepcionais.

A nova norma fala, ainda, sobre estudos com pacientes que tiveram morte cerebral. Nesse caso, deve haver um documento que comprove o óbito encefálico, os familiares precisam consentir, e a dignidade da pessoa deve ser respeitada.

Assistência, ressarcimento e indenização
Além disso, as regras do CNS tratam sobre a assistência aos voluntários, o ressarcimento de despesas como transporte, alimentação e hospedagem – o pagamento pela participação não é previsto, exceto, segundo resolução de 2012, em casos em que uma pessoa saudável participe de testes em que tenha que tomar determinado medicamento para ver seus efeitos – e uma eventual indenização em caso de danos.

"Se houver algum problema, o paciente deve receber tratamento imediato, sob responsabilidade do patrocinador do estudo. Em caso de lesões definitivas, a pessoa poderá entrar com uma ação na Justiça e ter direito a indenização monetária", explica Lopes.

Denúncias
Denúncias de abusos nas pesquisas devem ser feitas pelo abusado, que pode ser tanto o voluntário quanto o pesquisador – por parte do patrocinador do trabalho.

Já os efeitos adversos identificados precisam ser comunicados pelo cientista à Conep e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pois esses dados são fundamentais para que um medicamento seja aprovado ou não para uso na população.

Resolução atualizou regras sobre estudos científicos com seres humanos (Foto: Astier/BSIP/Arquivo AFP)


Fonte:g1.globo.com

quarta-feira, 12 de junho de 2013




Descoberta de sangue de mamute aumenta possibilidades de clonagem

Mamute lanoso
Mamute lanoso
                             
Projeto da Universidade de Iakutsk e do investigador Hwang Woo-suk ganha novo alento

Uma equipe de cientistas russos encontrou sangue na carcaça congelada de um mamute recuperado numa ilha do Árctico. Esta descoberta aumenta significativamente as possibilidades de clonar este animal pré-histórico.

Numa expedição realizada no princípio deste mês pela Sociedade Geográfica Russa e especialistas da Universidade Federal do Nordeste (Sibéria Oriental) foi possível examinar os restos bem conservados desta fêmea de mamute-lanoso (Mammuthus primigenius), que tinha sido localizada em Agosto passado em Maly Liajovski, Oceano Árctico russo.

O chefe da expedição, Semen Grigoriev, afirmou que o animal morreu com 60 anos de idade há 10 mil ou 15 mil anos. Na Rússia descobrem-se mamutes “praticamente todos os anos”, mas esta descoberta tem importância acrescida, visto o animal estar em excelente estado de conservação, tendo ainda tecidos musculares preservados e sangue. “Quando quebramos o gelo debaixo do abdômen, fluiu sangue muito escuro. É o caso mais surpreendente que alguma vez vi”, disse o cientista.

O animal terá caído num poço de água ou num pântano, provavelmente até metade da sua altura, o que fez com que congelasse na água e que assim se preservasse. Os restos foram transladados para um lugar apropriado à sua conservação. “Esta descoberta aumenta as possibilidades reais de se encontrarem células vivas que possam permitir concretizar o projeto de clonagem de um mamute”, diz o cientista.

A Universidade de Iakutsk assinou um contrato o ano passado com o sul-coreano Hwang Woo-suk, um polêmico especialista em clonagem e pai do primeiro cão clonado, para a realização deste projeto. No caso de conseguirem o material, o núcleo das células do mamute-lanoso será transferido para óvulos de elefante com o objectivo de se produzirem embriões com o DNA daquele animal, que seriam colocados no útero de um elefante asiático.



Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=57768&op=all

'Serpente das profundezas' é clicada no Golfo do México por cientistas

       

Exemplar de peixe-remo, também chamado de regaleco, que foi encontrado no Golfo do México (Foto: Mark Benfield/Louisiana State University)
Exemplar de peixe-remo, também chamado de regaleco, que foi encontrado
no Golfo do México (Foto: Mark Benfield/Louisiana State University)
 Pesquisadores da Universidade Estadual da Louisiana, nos Estados Unidos, conseguiram captar imagens inéditas de um peixe-remo (Regalecus glesne), também chamado de regaleco, que vive nas profundezas do mar.

De acordo com Mark Benfield, pesquisador e responsável por realizar as imagens na região do Golfo do México com um veículo operado remotamente, as imagens ajudaram a dar mais detalhes sobre esta espécie no estudo publicado no início de junho no “Journal of Fish Biology”. Foi a primeira vez que o animal foi perfeitamente visualizado.

O regaleco é um dos maiores peixes do mundo. Segundo Benfield, essa espécie pode atingir entre 8 metros e até 17 metros de comprimento e vive em águas temperadas e tropicais, a uma profundidade de até 3 mil metros. Alguns pesquisadores gostam de se referir a este animal como  serpente marinha.
Essa espécie de peixe pode medir até 17 metros de comprimento, afirma pesquisador (Foto: Mark Benfield/Louisiana State University)
Essa espécie de peixe pode medir até 17 metros de comprimento, afirma pesquisador (Foto: Mark Benfield/Louisiana State University)



Incêndios florestais destroem casas no estado americano do Colorado



Incêndios florestais "fora de controle" atingiam vários pontos do estado americano do Colorado, anunciaram as autoridades nesta quarta-feira (12), destruindo dezenas de moradias e levando à retirada de milhares de pessoas de suas casas.

Vários focos de incêndio afetam atualmente o estado, alimentados pelas temperaturas elevadas, pela umidade baixa e pelos os fortes ventos. O mais violento deles, situado em na Floresta Negra, já destruiu mais de 3.200 hectares de vegetação em Colorado Springs, a segunda cidade do estado.

Mais de cem bombeiros combatem as chamas com a ajuda de 48 helicópteros e elementos da Guarda Nacional.

Milhares de residentes tiveram de abandonar suas casas e mais de 900 presos de um centro correcional foram transferidos para outra prisão.

Morador fotografa o fogo destruindo árvores da Floresta Negra, em Colorado Springs, nesta quarta-feira (12) (Foto: Rick Wilking/Reuters)Morador fotografa o fogo destruindo árvores da Floresta Negra, em Colorado Springs, nesta quarta-feira (12) (Foto: Rick Wilking/Reuters)
Incêndio florestal atinge a Floresta Negra, em Colorado Springs, segunda maior cidade do estado americano. O fogo na floresta foi o mais violento entre os incêndios que tem ocorrido nos últimos dias na região, destruindo mais de 3.200 hectares de mata. (Foto: Rick Wilking/Reuters)Incêndio florestal atinge a Floresta Negra, em Colorado Springs, segunda maior cidade do estado americano (Foto: Rick Wilking/Reuters)
Coroas de fogo são vistas durante incêndio na Floresta Negra nesta quarta-feira (12) (Foto: Ed Andrieski/ AP)Coroas de fogo são vistas durante incêndio na Floresta Negra nesta quarta-feira (12) (Foto: Ed Andrieski/ AP)
Moradores observam incêndio da Floresta Negra em Colorado Springs (Foto: Bryan Oller/ AP)Moradores observam incêndio da Floresta Negra em Colorado Springs (Foto: Bryan Oller/ AP)
Incêndio destruiu várias casas e causou a retirada de milhares de pessoas (Foto: Bryan Oller/ AP)Incêndio destruiu várias casas e causou a retirada de milhares de pessoas (Foto: Bryan Oller/ AP)
Incêndio florestal nesta quarta-feira (12) em Colorado Springs, nos EUA (Foto: Ed Andrieski/AP)Incêndio florestal nesta quarta-feira (12) em Colorado Springs, nos EUA (Foto: Ed Andrieski/AP)
Fonte: g1.globo.com

Parques nacionais lutam contra retrocesso no processo de regularização



Enquanto algumas unidades de conservação (UCs) ainda iniciam o processo de regularização, outros parques nacionais (Parnas) do bioma Mata Atlântica lutam contra a ameaça de um retrocesso. No extremo sul da Bahia, o Parna do Descobrimento está praticamente todo regularizado. A unidade tem pouco mais de 2 mil hectares, dos mais de 26 mil hectares em situação pendente. A maior parcela irregular representa uma área que foi integrada ao parque no ano passado pelo governo federal.
Apesar do cenário mais consolidado, a administração da unidade convive diariamente com pressões de indígenas e assentados que vivem no entorno do parque. "Os índios [pataxós] querem retomar parte da terra, mas a Funai (Fundação Nacional do Índio) está trabalhando nos estudos para verificar se essa terra pertence a eles. Vamos ter que achar um meio termo", disse Aristides Neto, chefe da unidade, biólogo e analistas ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Ainda sem a solução para o impasse, Aristides conta que o foco da administração, no momento, é a estruturação da sede da unidade. Até hoje, o parque criado em 1999 não tem um prédio administrativo e um centro de visitantes. "Em mais um ano teremos essas obras em conclusão. A estrutura vai ajudar a diminuir os impasses que hoje enfrentamos. Já tivemos problemas com incêndios, por exemplo", explicou.

A caça praticada por assentados e índios com armas improvisadas também tem ameaçado as espécies encontradas na unidade. Aristides Neto disse que o Parna guarda uma das três últimas manchas de Mata Atlântica na Bahia, além dos Parnas do Pau-Brasil e do Monte Pascoal. Segundo ele, o Descobrimento é a unidade mais preservada por abranger área ocupada por uma madeireira internacional que deixou o terreno no final dos anos 1990.

"As áreas no entorno viraram pastos e fazendas. Até hoje ainda temos retiradas clandestinas de madeira na área do parque, mas em pequena escala e estamos trabalhando para mostrar a importância do parque para a comunidade", concluiu o biólogo.

Fonte: Terra

Novo coronavírus tem potencial para causar pandemia, diz OMS

Doença respiratória já atingiu 55 pessoas no globo, das quais 31 morreram.
Agência diz que mundo também devem estar em alerta para H5N1 e H7N9.

Imagem divulgada pela agência britânica de proteção à saúde mostra o coronavírus visto ao microscópio (Foto: AFP)
Novo coronavírus visto ao microscópio (Foto: AFP)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou na segunda-feira (10) que o novo coronavírus Mers (sigla para Síndrome Respiratória Coronavírus do Oriente Médio) tem potencial para se transformar em uma pandemia.

Para que isso não ocorra, a OMS está divulgando novas diretrizes para orientar profissionais de saúde de todo o mundo a se manterem atentos aos sintomas da doença.

Segundo a agência, o planeta também está em "fase de alerta" em relação a duas variações de gripe aviária capazes de infectar os seres humanos: os vírus influenza A (H5N1), que surgiu há uma década, e (H7N9), detectado desde março na China.

"Estamos tentando descobrir o máximo que pudermos, e estamos preocupados com esses (três) vírus", disse Andrew Harper, consultor especial da OMS para saúde sanitária e ambiente, em entrevista coletiva convocada para explicar a nova escala de risco do órgão sobre pandemias.

A diretriz provisória, a ser concluída ainda este ano, incorpora lições da pandemia de 2009/10 da gripe suína A (H1N1), que causou cerca de 200 mil mortes, número compatível com os óbitos das gripes sazonais comuns.

A nova escala da OMS, ajustada para incluir a noção de severidade na avaliação de risco, tem apenas quatro fases, em vez das seis anteriores. A ideia é permitir que os países tenham maior flexibilidade na avaliação dos problemas locais.

"A preocupação internacional com essas infecções é elevada, porque é possível que esse vírus se desloque pelo mundo. Já houve vários exemplos em que o vírus se transferiu de um país para outro por intermédio de viajantes", disse a OMS sobre o coronavírus Mers, que causa tosse, febre e pneumonia.

Viajantes já transportaram esse novo vírus do Oriente Médio para países como Grã-Bretanha, França, Alemanha e Itália. Pessoas infectadas também foram encontradas na Jordânia, no Qatar, na Tunísia e nos Emirados Árabes Unidos.

"Consequentemente, todos os países do mundo precisam assegurar que seus profissionais de saúde estejam cientes do vírus e da doença que ele pode causar, e que, quando casos inexplicados de pneumonia forem identificados, o Mers-CoV (coronavírus) seja considerado."

O Mers-CoV – parente distante da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que surgiu na China em 2002 e matou mais de 800 pessoas em todo o mundo – foi identificado primeiro na Arábia Saudita, no ano passado. Até agora, a doença já foi confirmada em 55 pessoas no mundo inteiro, das quais 31 morreram. Quarenta casos ocorreram na Arábia Saudita, principalmente em um hospital na província de Al Ahsa, no leste do país.

"O número total de casos é limitado, mas o vírus causa a morte em cerca de 60% dos pacientes", disse a OMS, ao apresentar os resultados de uma missão de especialistas internacionais que passou uma semana na Arábia Saudita, até o último domingo.

A OMS ainda não apresentou orientações específicas para viajantes que vão participar do haj, peregrinação que leva milhões de muçulmanos anualmente à Arábia Saudita e que, em 2013, cai em outubro.

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Homens usam máscaras cirúrgicas para se proteger do novo coronavírus em frente a um hospital na cidade de Dammam, na Arábia Saudita. Mortes pela doença no país já chegam a 17 (Foto: Reuters)Homens usam máscaras cirúrgicas para se proteger do novo coronavírus em frente a um hospital na cidade de Dammam, na Arábia Saudita. País lidera o número de casos e mortes pela doença (Foto: Reuters)
Fonte: g1.globo.com

terça-feira, 11 de junho de 2013

Série de entraves limita uso da energia eólica no Brasil

Críticos afirmam que governo toma apenas medidas imediatas para lidar com problemas emergenciais no setor energético (Foto: BBC)
Críticos afirmam que governo toma apenas medidas
imediatas para lidar com problemas emergenciais
no setor energético (Foto: BBC)
                              

De qualquer lado que se olhe, o setor eólico no Brasil é um dos mais promissores na área energética, segundo analistas e levantamentos recentes.

As condições de clima e relevo e os avanços tecnológicos fizeram com que o Global Wind Energy Council, que agrupa organizações e empresas do setor, elegesse o Brasil como um dos países de maior potencial na geração de energia pelo vento.

Sua participação na matriz energética brasileira deve obter o maior crescimento entre as diversas fontes de energia, saltando dos atuais 2% para 8% em oito anos, segundo Maurício Tolmasquim, presidente Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Além disso, o uso do vento para gerar energia no país cresceu 73% em 2012, beneficiando 5 milhões de brasileiros por mês. E a discussão sobre as fontes eólicas ganharam ainda mais fôlego no início do ano, quando, diante de baixos níveis de reservatórios nas hidrelétricas, o país passou pelo risco de novos apagões ou racionamento. Para lidar com o problema, o governo usou as termoelétricas em caráter emergencial.

No entanto, esse recurso foi criticado por ser uma fonte de energia fóssil, por isso não renovável, poluente e de geração mais cara. Segundo um levantamento feito pela ONG ambiental Greenpeace na época, cada real gasto para operar as usinas térmicas poderia fornecer cinco vezes mais de energia se ela fosse gerada em campos eólicos.

Mas apesar dos argumentos ambientais e econômicos favoráveis, uma série de entraves continuam limitando a expansão da energia eólica e deixam seu aproveitamento no país muito aquém de todo seu potencial.

Confira alguns dos empecilhos:
Falta de planejamento a longo prazo
Mudanças em cima da hora, medidas imediatas apenas para lidar com problemas emergenciais e falta de transparência para as determinações futuras são alguns dos temores dos envolvidos na área de energia renováveis.

"O setor eólico é uma indústria nascente, precisa de fôlego, não pode ser algo que começa e depois é interrompido, pois isso pode ser fulminante", afirmou Elbia Melo, presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) à BBC Brasil.

Para ela, sem sinais claros do governo, o investimento a longo prazo vai arrefecer. "E isso poderia fazer esse indústria morrer antes mesmo de seu nascimento para valer."

Na opinião do professor Ildo Luis Sauer, diretor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP, o potencial competitivo da energia eólica no Brasil é desperdiçado justamente por uma falta de planejamento e coordenação do governo.

"Um mapeamento eólico detalhado, por exemplo, organizaria melhor os investimentos e se criaria escala", afirma o engenheiro, que foi diretor de Gás e Energia da Petrobras entre 2003 e 2007. "Mas o planejamento hoje é volátil e volúvel, além de termos uma estrutura pouco funcional, como órgãos demais atuando sobre o mesmo setor."

Em nota enviada à BBC Brasil, o Ministério de Minas e Energia afirmou que "o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica tem trabalho na revisão do Atlas Eólico existente".

Insuficiência nas linhas de transmissão

Depois de ser gerada nos campos eólicos, a energia depende de linhas de transmissão para chegar aos consumidores. O que, na prática, parece lógico, na teoria não é tão claro assim. Atualmente, essas redes não são de responsabilidade das mesmas empresas que mantém os parques em si. E isso vem gerando uma falta de sincronia nos prazos de entrega.

"O problema das linhas de acesso é um enorme entrave. O prazo de três anos para um empreendimento (estipulado em muitos leilões) acaba sendo curto, já que com todos os trâmites, o tempo real de construção acaba sendo menor que três anos", afirma Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha Clima e Energia do Greenpeace Brasil.

Um bom exemplo desse cenário ocorre no Nordeste, onde três usinas estão prontas, mas sem gerar energia há quase um ano por falta de linhas.

Essa falta de sincronia na região - que abriga 60 das 92 usinas eólicas - provoca um desperdício de energia que, por sua vez, representa um prejuízo para o governo que já ultrapassou os R$ 260 milhões, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Esse é o valor que o governo já pagou às empresas, uma vez que elas entregaram o empreendimento no prazo.

Além disso, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) essa produção desperdiçada seria suficiente para abastecer, por mês, cerca de 3,3 milhões de habitantes.

Questionado, o Ministério de Minas e Energia afirmou que vai implementar alterações nesse modelo no próximo leilão do setor, que está marcado para agosto. "No intuito de promover a redução de incertezas quanto ao escoamento da geração eólica contratada no Ambiente Regulado, o Leilão de Reserva apresentará consideráveis mudanças na sistemática adotada", afirma a nota do ministério, esclarecendo que o trâmite agora será feito em duas fases, atrelando às concessões à capacidade de distribuição.

Baixo investimento em pesquisas e desenvolvimento tecnológico
"Depois da descoberta do pré-sal, o investimento não apenas em eólica, mas em todas as outras energias renováveis diminuiu no país", afirma o professor do departamento de energia da Unesp José Luz Silveira. "Também não há subsídio do governo, especialmente aos pequenos produtores, como acontece na Europa."

Baitelo, do Greenpeace, concorda que a prioridade é para o petróleo, se compararmos como qualquer outra área do campo energético.

"Na academia, se vê uma produção maior em temas ligados ao pré-sal do que à energia eólica ou fotovoltaica", afirma, acrescentando que mais investimentos nesse setor poderia, por exemplo, desenvolver turbinas mais apropriadas para os ventos brasileiros.

Escolha por carvão

De acordo com os especialistas ouvidos pela BBC, o governo indicou no início do ano que gostaria de ter mais termoelétricas para complementar sua matriz e garantir o abastecimento. "Pudemos ver que o lobby do carvão se organizou e nessa ocasião acabou conseguindo o que queria", afirma Baitelo.

"Esse é o momento de equilibrarmos a matriz e darmos mais espaço para as térmicas", disse Tolmasquim, da EPE, ao anunciar no mês passado a contratação de usinas termoelétricas no leilão que contratará a demanda das distribuidoras a partir de 2018. O anúncio causou euforia no setor das carvoarias. Uma das empresas líderes neste mercado, a Tractebel, do empresário Eike Batista, divulgou que estudaria incluir seus projetos no leilão.

Fonte: g1.globo.com