sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Butantan começa a substituir roedores por peixes em pesquisas

Paulistinha, ou zebrafish, passará a servir como modelo experimental.
Em outros países, espécie já faz parte de estudos há mais de 30 anos


O peixe paulistinha já está sendo criado no Instituto Butantan para participar de pesquisas. (Foto: Camilla Carvalho/Instituto Butantan)
O peixe paulistinha já está sendo criado no Instituto Butantan para participar de pesquisas. (Foto: Camilla Carvalho/Instituto Butantan)

O peixe paulistinha, ou zebrafish, já é utilizado há 30 anos como modelo experimental ao redor do mundo, substituindo os roedores. No Brasil, o uso dessa alternativa ainda é raro. Agora, pesquisadores do Laboratório Especial de Toxinologia Aplicada (Leta), do Instituto Butantan, preparam-se para introduzir a prática em áreas como imunologia e farmacologia.
Segundo a pesquisadora Mônica Lopes Ferreira, do Leta, mundialmente, cerca de 2 mil artigos publicados anualmente utilizam o paulistinha como modelo experimental. No Brasil, esse índice é de apenas 40 artigos por ano. “Pouquíssimos brasileiros estão usando essa técnica, estamos atrasados em relação ao mundo”, afirma.

O peixe pode substituir camundongos ou ratos na maioria dos estudos, segundo Mônica. “O único limite é que, como o camundongo vem sendo usado há muito tempo, temos muitos reagentes específicos para camundongos”, diz a pesquisadora. Além disso, algumas pesquisas demandam a coleta de sangue em maior quantidade, por exemplo, situações nas quais os roedores ainda são os mais indicados.

Entre as vantagens do uso do peixe está o custo. Se a manutenção de um camundongo custa, em média, R$ 8, o preço cai para R$ 0,50 com o zebrafish.
Paulistinha pode substituir roedores em quase todos os estudos. (Foto: Camilla Carvalho/Instituto Butantan)Paulistinha pode substituir roedores em quase
todos os experimentos. (Foto: Camilla Carvalho/
Instituto Butantan)
Além disso, o ciclo de vida do peixe é mais rápido, o que também acelera as pesquisas. Imagine que o pesquisador queira, por exemplo, avaliar o efeito de determinada substância na reprodução do animal. O processo que poderia demorar até três meses com o camundongo pode levar apenas 72 horas com o peixe.

É possível também trabalhar com o paulistinha sem sacrificá-lo, já que seu corpo transparente permite que as estruturas internas sejam observadas sem que seja necessário cortá-lo.

O projeto para introduzir o peixe nas pesquisas do Instituto Butantan começou há um ano. Mônica visitou laboratórios da Universidade do Chile, da Universidade de Lisboa e da PUC do Rio Grande do Sul, que já têm experiência com a técnica. Com o apoio da Fapesp, seu laboratório já comprou e instalou os equipamentos necessários para a criação do paulistinha.

Em seis meses, os peixes começarão a ser utilizados nas pesquisas do Leta. A ideia é que, em breve, o laboratório estabeleça parcerias com outros centros do Instituto Butantan e  até de outras instituições para trocar experiências sobre pesquisas com o zebrafish.
Mas os mais tradicionais camundongos ainda não vão se "aposentar". Segundo Mônica, o uso do zebrafish será um complemento ao uso dos roedores, mas não pretende substituí-los totalmente.

Parecidos com o homem
Para os leigos, pode parecer que os peixes estão muito mais distantes do homem do que os roedores. Mas a diferença não é tão grande. Mônica conta que o sequenciamento genômico dos camundongos revela que eles têm 80% de genes em comum com o homem. Já os peixes paulistinhas têm 70% de semelhança. “Somos muito parecidos. O que eu testar no zebrafish, posso transpor para o humano, guardadas as devidas limitações que são as mesmas em relação aos camundongos”, diz a pesquisadora.

Fonte: g1.globo.com

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Conheça o Edukatu, primeira rede de aprendizagem para o consumo consciente e a sustentabilidade

Projeto visa mobilizar alunos e professores do Ensino Fundamental de todo o Brasil para o desenvolvimento de uma comunidade em prol da educação para o consumo consciente 






Utilizando a tecnologia da informação como ferramenta para a promoção da educação, o Instituto Akatu inova ao lançar o projeto Edukatu, a primeira rede de aprendizagem para o consumo consciente e a sustentabilidade. Voltada para alunos e professores, a rede pretende incentivar a troca de conhecimentos e práticas sobre consumo consciente e sustentabilidade em escolas de Ensino Fundamental em todo o País.

O Edukatu é uma iniciativa do Akatu em parceria com a Braskem, líder mundial em biopolímeros, e conta com o apoio institucional do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Educação. O Edukatu se beneficiou dos resultados de diversos projetos educativos realizados anteriormente pelo Akatu, com o apoio da própria Braskem, da HP e da Mondelez Brasil. A partir de seu lançamento, contará também com o apoio da Fundação Cargill para o desenvolvimento de novos conteúdos.

A plataforma online do Edukatu (www.edukatu.org.br) é dividida em três blocos: o “Na Mochila”, com conteúdo de referência sobre consumo consciente; o “Circuito”, bloco de navegação guiada, com games e atividades lúdicas; e a “Rede”, espaço onde alunos e professores se encontram para fazer contato e compartilhar experiências, e que contará com a participação de um mediador do Akatu para tirar dúvidas e dar dicas aos participantes.

“Práticas conscientes não podem ser impostas. Por isso, o projeto conta com uma plataforma totalmente interativa. A ideia é não ter um aprendizado unidirecional, e sim, proporcionar a troca de informações e experiências com professores, alunos e escolas”, avalia Helio Mattar, diretor-presidente do Akatu. Para ele, essa abordagem destaca a internet e as tecnologias de comunicação como meios fundamentais para estimular a constante troca de informações e o aprendizado contínuo a partir do ambiente escolar.

A proposta do Edukatu é que cada participante da rede seja um multiplicador do que aprende e compartilha nesse espaço, ampliando, de forma colaborativa, o debate sobre consumo consciente e sustentabilidade, e intervindo diretamente em seu cotidiano e nas práticas diárias daqueles que o cercam. “O Edukatu tem como missão contribuir para o desenvolvimento de uma comunidade de engajamento contínuo em favor do consumo consciente”, complementa.

“Ser parceiro do Akatu neste projeto é uma forma da Braskem contribuir no desenvolvimento de uma sociedade mais sustentável. O intuito é promover a mudança do ato de consumo. Refletir sobre o impacto do produto desde a produção, passando pelo uso, até o descarte, é responsabilidade de cada um de nós e é uma atitude que certamente transformará nosso mundo”, afirma André Leal, líder de Responsabilidade Social da Braskem.

O projeto foi desenvolvido por meio de um processo colaborativo, que envolveu especialistas em educação, consumo consciente, sustentabilidade, comunicação e cultura digital. No primeiro semestre deste ano foi realizada uma fase piloto, que contou com a participação de 16 escolas públicas de todas as regiões do Brasil, somando 400 inscritos. Em muitas escolas, o projeto saiu das salas de aula e envolveu a comunidade escolar e os pais dos alunos no debate sobre o consumo consciente.

CONSUMO CONSCIENTE NO CURRÍCULO

A integração dos conceitos e práticas de consumo consciente nas diversas matérias do currículo escolar é um objetivo que o Instituto Akatu busca desde o início de suas atividades, em 2001. “Já realizamos campanhas e outros projetos educativos, sempre motivados por uma proposta maior, que é a inclusão do consumo consciente na educação formal, como tema transversal que pode ser trabalhado em diversas disciplinas do currículo em todas as escolas”, comenta Silvia Sá, Gerente de Educação do Akatu.

Umas das principais conclusões dos líderes presentes na Rio+20, realizada no ano passado, é que a educação para consumo consciente e para a sustentabilidade é um dos meios mais poderosos para se alcançar o desenvolvimento sustentável. A Política Nacional de Educação Ambiental, assim como o Plano Brasileiro de Produção e Consumo Sustentáveis também apontam para a importância da educação para o consumo nas escolas. “O Edukatu é um passo para que esse objetivo seja alcançado. Queremos que o Edukatu frutifique, resulte em boas alternativas ao consumismo vazio e insustentável e contribua para a construção de uma sociedade melhor para nós mesmos, nossos filhos e nossos netos”, afirma Mattar.

Fonte: http://akatu.org.br/

Desperdício de alimentos é 3º maior emissor de GEE do mundo, diz ONU








Um terço dos alimentos produzidos no mundo édesperdiçado a cada ano - junto com toda a energia, água e produtos químicos envolvidos em sua produção e descarte. É o que mostra um relatório da ONU - Organização das Nações Unidas, divulgado nesta quarta-feira. Segundo o documento, o desperdício de comidapode ser visto como terceiro maior emissor de gases de efeito estufa no mundo, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos.

Os alimentos destinados ao consumo humano descartados anualmente correspondem a aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas. Isso significa que quase 30% por cento das terras agrícolas do mundo, e um volume de água equivalente à vazão anual do rio Volga, o mais longo e caudaloso da Europa, são usadas em vão.

No relatório, intitulado A Pegada do Desperdício Alimentar, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e a Alimentação (FAO, na sigla em inglês) estima o custo do desperdício de alimentos, excluindo os peixes e frutos do mar, em cerca de 750 bilhões de dólares por ano, com base nos preços de produção. Traduzido em recursos naturais, ele consome cerca de 250 quilômetros cúbicos de água e ocupa cerca de 1,4 bilhão de hectares de terra.

A FAO estima que os alimentos desperdiçados correspondem à emissão de 3,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Se fosse um país, seria o terceiro maior emissor do mundo. Segundo a instituição, ouso mais eficiente dos alimentos poderia contribuir para a redução das emissões de gases do efeito estufa e, consequentemente, diminuir o aquecimento global.

SOLUÇÕES
No mundo industrializado, a maior parte do desperdício vem de consumidores que compram muito e jogam fora o que não comem. Já nos países em desenvolvimento, a causa principal é a agricultura ineficiente e falta de instalações de armazenamento adequadas.

"A redução do descarte de alimentos não só evitaria a pressão sobre recursos naturaisescassos, mas também diminuiria a necessidade de aumentar a produção em 60%, a fim de atender a demanda da população em 2050", diz a FAO.

A organização sugere melhorar a comunicação entre produtores e consumidores para gerenciar a cadeia de suprimentos de forma mais eficiente, bem como investir mais na colheita, resfriamento, métodos de embalagem e alternativas para o despejo deresíduos orgânicos em aterros sanitários. Ainda segundo a FAO, os consumidores de países desenvolvidos devem ser encorajados a servir pequenas porções e fazer mais uso das sobras.

Fonte: planetasustentavel.abril.com.br

Índios suruí concluem 1ª venda de créditos de carbono indígenas do país

Aldeia de Rondônia vendeu créditos para a empresa brasileira Natura.

Compra é forma de compensação de emissões de gases de efeito estufa.


Indígenas da aldeia pater-suruí, que vivem em área de floresta amazônica no Norte do país (Foto: Reprodução/TV Globo)
Indígenas da paiter-suruí, que vivem em área de floresta amazônica no Norte do país (Foto: Reprodução/TV Globo)


Os índios paiter-suruí, que participam do projeto Carbono Florestal Suruí, em Rondônia, realizaram no início de setembro a primeira venda de créditos de carbono indígenas com certificação internacional já feita no país. Créditos de carbono são certificados conferidos a empresas que reduziram sua emissão de gases de efeito estufa à atmosfera.

A companhia brasileira de cosméticos Natura anunciou a compra de créditos que equivalem à emissão de 120 mil toneladas de carbono, para compensar suas liberações de poluentes por meio do processo industrial. O dinheiro da negociação será investido na preservação da floresta amazônica.

O projeto surgiu como uma alternativa de financiamento e geração de renda para a população indígena. Os moradores da Terra Indígena Sete de Setembro, que abrange 248 mil hectares de florestas em Rondônia e Mato Grosso, trabalham na preservação da Amazônia, evitando que ela seja desmatada, e também no reflorestamento de áreas que tenham sido degradadas. O objetivo é "sequestrar" o carbono, ou seja, evitar que ele seja liberado para a atmosfera.

Até o fim do ano, a Natura tem o objetivo de reduzir suas emissões de gases em 33%. O valor oficial da negociação não foi divulgado, mas o montante será destinado ao Fundo Carbono Suruí.

Alternativa de renda
O projeto indígena, iniciado em 2007, usa duas formas de compensação: o "sequestro" de carbono propriamente dito, por reflorestamento; e o desmatamento evitado e a conservação de estoques de carbono pela redução do desmatamento e da degradação florestal.

O trabalho é liderado pelo cacique Almir Suruí, um dos vencedores do prêmio "Herói da Floresta", concedido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Primeiro Redd+
O Projeto de Carbono Floresta Suruí é considerado pioneiro no Brasil por ser o primeiro projeto de Redd+ indígena a ser validado em certificações internacionais, reconhecido pelo Padrão de Carbono Verificado (VCS, na sigla em inglês) e pelo Padrão Ouro de Clima, Comunidade e Biodiversidade (CCB, na sigla em inglês).

Os dois padrões são os principais órgãos internacionais que creditam projetos para reduzir as emissões de gases do efeito estufa decorrentes do desmatamento e da degradação florestal, conceito conhecido como Redd (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal).


Fonte: g1.globo.com



terça-feira, 10 de setembro de 2013

ABSURDO: Romênia adota lei que autoriza eutanásia para cães de rua

Os deputados romenos adotaram nesta terça-feira uma lei que autoriza a eutanásia para cães de rua que não tenham sido reclamados por seus donos num período de 14 dias a partir de sua captura, uma decisão muito criticada pelos defensores dos animais. O texto foi adotado uma semana depois que uma criança morreu ao ser mordida por cães em um parte da capital romena.
A presença em Bucareste de 40 mil cães de rua, segundo a prefeitura e as ONGs de defesa dos direitos dos animais, causa polêmica no país, onde alguns são partidários da esterilização e adoção e outros defendem a eutanásia. Uma lei anterior que autorizava a eutanásia para os cachorros de rua foi declarada inconstitucional em janeiro de 2012.

Fonte: terra.com.br

¨Isso é um absurdo, ao invés de aprendermos a respeitar os animais e entender que essa superpopulação de animais nas ruas é culpa exclusivamente nossa, mas pelo visto estamos tomando decisões como se os animais fossem os culpados. Nem posso expressar minha indignação por uma decisão dessa ser tomada em pleno século 21.
Eduardo M. Franco

Relatório diz que mudança do clima pode afetar alimento e energia no país

Dados coletados por cientistas brasileiros serão divulgados nesta 2ª (9).

Agricultura nacional pode sofrer prejuízo anual de R$ 7 bilhões, estimam.

A vazão de importantes rios do país e o abastecimento de lençóis freáticos, responsáveis pelo fornecimento de água potável para a população, poderão ser comprometidos se a temperatura subir até 6 ºC nas próximas décadas e o volume de chuvas diminuir, conforme cenário do primeiro relatório de avaliação elaborado pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) que considera que os níveis de emissões de gases causadores de efeito estufa permaneçam altos.
Neste ambiente, a agricultura e o setor de energia do Brasil poderão ser fortemente impactados, sob risco de queda brusca do Produto Interno Bruto (PIB) e constantes crises que envolvem o abastecimento energético e de segurança alimentar.
Dividido em três volumes, o documento feito por 350 cientistas de diversas instituições será divulgado oficialmente nesta segunda-feira (9) durante a 1ª Conferência Nacional sobre o tema, que acontece na cidade de São Paulo.
Os dados foram coletados com a ajuda do "Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre”, primeiro sistema nacional de simulação do clima global, que incluiu características detalhadas do Brasil e do continente sul-americano neste tipo de modelagem.
Os cientistas afirmam que o relatório não representa "o fim do mundo”. No entanto, advertem que, se a situação atual de emissões de gases permanecer e nada for feito pelo governo para prevenir eventos naturais extremos, a situação pode se agravar.
Possibilidades dramáticas
- agricultura pode perder até R$ 7 bilhões por ano com o clima;
- queda na produtividade do café, soja, arroz e outras culturas;
- redução de chuvas no Norte e Nordeste; aumento no Sul e Sudeste, com risco de inundações;
- risco para o abastecimento das águas subterrâneas;
- em todo o litoral, volume de pesca pode cair 6% em 40 anos.
Cada vez mais quente
Segundo o documento, a temperatura no Brasil pode aumentar de 3 ºC a 6 ºC até 2100, situação que ficaria ainda mais crítica com uma possível escassez de chuvas.

Na Amazônia, por exemplo, em 2100 a temperatura pode subir cerca de 6 ºC e a distribuição de chuvas na região pode cair 45%.

Desmatamento e queimadas no bioma podem contribuir para alterar drasticamente o ciclo hidrológico da floresta (principalmente entre os meses de julho e novembro), prolongando a estação de seca e alterando a distribuição de chuvas no país.
O calor acentuado, até 5,5 ºC a mais do que a temperatura registrada atualmente, desencadearia um processo de desertificação da Caatinga, bioma já considerado ameaçado de extinção. No mesmo cenário de emissões altas, o Pantanal sofreria uma redução de 45% na quantidade de chuvas e um aumento de 4,5 ºC na temperatura.
Mata Atlântica e Pampa também registram, segundo o panorama de altas emissões, aumento na temperatura até 2100, de forma um pouco mais amena se comparado com as demais regiões. No entanto, o que preocupa, segundo o relatório, é o crescimento das taxas de pluviosidade.
Enquanto na porção Sul/Sudeste da Mata Atlântica a quantidade de chuva pode subir até 30% nas próximas décadas, no Pampa, que abrange os estados do Sul, esse cresce 40% – o que aumenta o risco de inundações e deslizamentos em áreas costeiras.
“São projeções dentro de cenários extremos de emissões de gases de efeito estufa. Se em 30 anos não mudarmos essa taxa atual, a temperatura média anual do país já deve aumentar 1 ºC”, explica Tércio Ambrizzi, professor titular do Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP) e um dos coordenadores do Volume 1 do relatório, que trata da “Base Científica das Mudanças Climáticas”.
Os cientistas alertam que, apesar da divulgação de informações sobre a variação das chuvas, ainda há discordâncias referentes a estes índices, que mudam de acordo com o modelo climático aplicado. Para eles, ainda é necessário discutir mais o tema.
O calor acentuado, até 5,5 ºC a mais do que a temperatura registrada atualmente, desencadearia um processo de desertificação da Caatinga, bioma já considerado ameaçado de extinção. No mesmo cenário de emissões altas, o Pantanal sofreria uma redução de 45% na quantidade de chuvas e um aumento de 4,5 ºC na temperatura.
Mata Atlântica e Pampa também registram, segundo o panorama de altas emissões, aumento na temperatura até 2100, de forma um pouco mais amena se comparado com as demais regiões. No entanto, o que preocupa, segundo o relatório, é o crescimento das taxas de pluviosidade.
Enquanto na porção Sul/Sudeste da Mata Atlântica a quantidade de chuva pode subir até 30% nas próximas décadas, no Pampa, que abrange os estados do Sul, esse cresce 40% – o que aumenta o risco de inundações e deslizamentos em áreas costeiras.
“São projeções dentro de cenários extremos de emissões de gases de efeito estufa. Se em 30 anos não mudarmos essa taxa atual, a temperatura média anual do país já deve aumentar 1 ºC”, explica Tércio Ambrizzi, professor titular do Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP) e um dos coordenadores do Volume 1 do relatório, que trata da “Base Científica das Mudanças Climáticas”.
Os cientistas alertam que, apesar da divulgação de informações sobre a variação das chuvas, ainda há discordâncias referentes a estes índices, que mudam de acordo com o modelo climático aplicado. Para eles, ainda é necessário discutir mais o tema.
Rio Tocantins está 2,5 metros acima do esperado para a época do ano (Foto: Reprodução/TV Mirante)

Vazão do Rio Tocantins pode diminuir 20%
(Foto: Reprodução/TV Mirante)
Rios mais secos e pesca ameaçada
Bacias importantes do leste da Amazônia (nas proximidades do Pará) e do Nordeste podem ter reduções significativas em suas vazões. A estimativa é de queda de 20%. Segundo o documento, o Rio Tocantins, que passa por Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará, poderá ter uma redução de até 30% em seu escoamento.
Essa diminuição afetaria, por exemplo, a geração de energia elétrica por hidrelétricas e a distribuição de eletricidade pelo país. Além disso, forçaria o governo a utilizar as termelétricas, consideradas mais poluentes.
No Sul do país, a Bacia do Paraná-Prata poderá ter aumento de vazão entre 10% e 40% nas próximas décadas. No entanto, os cientistas apontam que ainda há incertezas a respeito.
O relatório informa ainda que a mudança climática pode afetar as taxas de recarga de águas subterrâneas, ameaçando a qualidade desse recurso armazenado no subsolo. Os pesquisadores apontam que, mesmo sabendo de tais consequências, ainda é prematuro afirmar quais danos ocorrerão devido a poucas pesquisas realizadas sobre o tema.

Quanto aos oceanos, o documento diz que a acidificação será acentuada se as emissões de gases permanecerem altas e o potencial de pesca em toda a costa brasileira poderá diminuir em 6% nos próximos 40 anos.
Aumento da temperatura por biomas no Brasil (Foto: G1)
Impactos na agricultura
Estudos utilizados pelo painel brasileiro para elaborar o relatório de avaliação apontam que as mudanças climáticas reduzirão a produtividade de quase todas as culturas agrícolas existentes no país atualmente. A previsão de perdas econômicas causadas por geadas e secas na agricultura gira em torno de R$ 7 bilhões anuais até 2020.
Previsões científicas apontam que, se nada mudar no cenário de emissões, nos próximos sete anos o plantio de soja perderia 20% de sua produtividade e 24% até 2050. Até este mesmo ano, a área plantada de arroz no Brasil pode retroceder 7,5%, a de milho 16% e o cultivo de algodão pode decrescer 4,7%. A safra de laranja também poderá ser prejudicada por doenças prejudiciais ao fruto.
De acordo com Eduardo Assad, pesquisador da Embrapa e coordenador do Volume que trata sobre "Impactos, Vulnerabilidades e Adaptação às mudanças climáticas", o café-arabica, importante variedade cultivada no país, também poderá sofrer com o calor. Plantado principalmente na região Sudeste (Minas Gerais lidera a produção), este grão não conseguirá se desenvolver em temperaturas acima de 34 ºC, oferecendo risco à expansão da cultura.
Estima-se que até 2050 o clima influencie na perda de 10% de tudo o que for plantado no país. “A alternativa será trabalhar com variedades de café que tenham mais tolerância ao calor”, explica Assad. Apesar dos riscos à agricultura, ele comenta que o setor é o que tem planos de adaptação e mitigação mais avançados até o momento.
Em contrapartida, o calor pode beneficiar a cana-de-açúcar, planta muito resistente ao calor e à seca. A principal mudança no cultivo de cana ocorreria em São Paulo, onde haveria "transferência" da produção da região oeste para o leste do estado.
Governo precisa agir contra desastres
Para Emílio La Rovere, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do Volume 3 do relatório, que trata da "Mitigação à Mudança Climática", é necessário aperfeiçoar as políticas públicas voltadas à redução das emissões, planejando o combate a longo prazo, após 2020.

A data marca o prazo final para o cumprimento das metas brasileiras de redução de emissões, anunciadas em 2009 durante a conferência climática de Copenhague. Na época, o Brasil se comprometeu em diminuir entre 36,1% e 38,9% do total de emissões nacionais em comparação aos índices de 2005. Em junho deste ano, o governo anunciou que o país já atingiu cerca de 62% de sua meta.

La Rovere afirma que, se nada for feito para restringir as emissões pós 2020, o Brasil pode lançar na atmosfera 2,5 bilhões de toneladas de CO2 equivalente já em 2030. Para se ter ideia, o número supera o total de 2005, quando as emissões totalizavam cerca de 2 bilhões de toneladas. Em 2010, este número caiu para 1,25 bilhão de toneladas de CO2.

“Há uma dificuldade no pós 2020. Com o nível de desmatamento baixo, haverá uma pressão maior para o aumento da queima de combustíveis fósseis. Reduzir as emissões da indústria e dos transportes pode afetar a economia. A ideia é conseguir um crescimento econômico com menor consumo de energia e com mais energia renovável. Isso vai ser fundamental para que, após 2020, continuemos a reduzir as emissões”, explica Emílio.

Sobre planos de prevenção aos desastres climáticos, Eduardo Assad afirma que é necessário cuidar da já frágil região costeira do país, onde mora a maioria da população, realizando planos como o de zoneamento de risco urbano. Segundo ele, isso pode evitar, por exemplo, deslizamentos de encostas em períodos chuvosos.
“Não dá mais, como brasileiro, para aceitar mais desastres que matem mais de mil brasileiros de uma só vez. Medidas protetoras e preventivas têm de ser feitas urgentemente”, disse o pesquisador. "Os eventos extremos estão acontecendo com maior frequência. A população que não estiver preparada, vai sofrer com isso".
Imagem área mostra devastação em área de Nova Friburgo (Foto: Marino Azevedo/Governo do Estado do Rio de Janeiro)
Imagem aérea mostra devastação em bairro de Nova Friburgo, durante deslizamentos ocorridos por conta da chuva, em 2011. Falta de planejamento para prevenção de desastres naturais pode fazer novas vítimas (Foto: Marino Azevedo/Governo do Estado do Rio de Janeiro)

Fonte: g1.globo.com

Coronavírus mata mais 2 no Oriente Médio

Mortes ocorreram na Arábia Saudita e no Qatar.

Vírus também apareceu na Tunísia e em países europeus.

O coronavírus Mers matou duas pessoas no Golfo, uma delas na Arábia Saudita, onde a doença surgiu no ano passado, e um no vizinho Qatar, e outras três pessoas estão infectadas, informaram as autoridades de saúde neste domingo (8).

A morte de um homem de 74 anos de idade, na região de Medina do oeste da Arábia Saudita, foi a quadragésima quinta pela Síndrome Respiratória Coronavirus do Oriente Médio (MERS, na sigla em inglês), que pode causar tosse, febre e pneumonia.

No Qatar, a doença foi a causa da morte de um homem de 29 anos que estava hospitalizado desde 17 de agosto.

O Ministério da Saúde saudita disse neste domingo que três mulheres com idades entre 64 e 75 também contraíram a doença.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou no mês passado que o número de infecções confirmadas em todo o mundo foi de 102 no ano passado, dos quais quase a metade dessas pessoas morreram.

O vírus tem sido detectado também em pessoas na Tunísia, na França, na Alemanha, na Itália e na Grã-Bretanha.




Fonte: g1.globo.com