quinta-feira, 31 de julho de 2014

Brasil inaugura primeira fábrica de mosquitos da dengue transgênicos

Empresa Oxitec produz inseto capaz de reduzir transmissão da doença.
Unidade em Campinas gera até 2 milhões de mosquitos por 
semana.

Mosquito Aedes aegypti macho fabricado pela Oxitec, unidade criada em Campinas, interior de São Paulo (Foto: Eduardo Carvalho/G1)Mosquito Aedes aegypti macho fabricado pela Oxitec, unidade criada em Campinas, interior de São Paulo (Foto: Eduardo Carvalho/G1)
A empresa britânica Oxitec inaugurou, nesta terça-feira (29), a primeira fábrica de mosquitos Aedes aegypti transgênicos do Brasil, uma tecnologia que, se aprovada, pode ajudar no combate da dengue no país. A unidade, instalada em Campinas, tem capacidade de produzir 500 mil insetos por semana. No ápice de produção, esse número pode saltar para 2 milhões de machos a cada sete dias.
A tecnologia foi desenvolvida em 2002, no Reino Unido. No laboratório, ovos dos Aedes aegyptireceberam uma microinjeção de DNA com dois genes, um para produzir uma proteína que impede seus descendentes de chegarem à fase adulta na natureza, chamado de tTA, e outro para identificá-los sob uma luz específica.

Os machos, quando liberados na natureza, procriam com as fêmeas –responsáveis pela incubação e transmissão do vírus da dengue. Elas vão gerar descendentes que morrem antes de chegarem à vida adulta, reduzindo a população total.

Testes iniciados em 2011 na cidade de Juazeiro, na Bahia, mostraram redução acima de 80% na população selvagem. Alguns experimentos apontaram resultados de 93% de redução do Aedes aegypti que vive na natureza. O uso dos insetos da Oxitec no Brasil foi feito em parceria com a organização Moscamed.
Fábrica em Campinas tem capacidade de produzir 500 mil mosquitos da dengue transgênicos por semana (Foto: Eduardo Carvalho/G1)Fábrica pode produzir 500 mil mosquitos
por semana (Foto: Eduardo Carvalho/G1)
Como funciona
A ideia da Oxitec é ser contratada pelo poder público para fornecer um pacote de serviços, que vai desde o treinamento de agentes públicos ao combate de possíveis epidemias de dengue.

A contratação depende da aprovação da Agência de Vigilância Sanitária, a Anvisa, que ainda estuda autorizar a comercialização deste tipo de serviço. Caso isto ocorra, o Brasil poderá ser o primeiro país a aprovar o uso de Aedes aegypti transgênico, em caráter comercial, para combater a dengue.
No entanto, testes podem ser realizados em algumas cidades, como Piracicaba e Campinas, ambas no interior paulista.

Segundo Glenn Slade, diretor global de desenvolvimento de negócios da empresa, uma cidade de 50 mil habitantes terá de desembolsar de R$ 2 milhões a R$ 5 milhões por ano para aplicar os serviços, e R$ 1 milhão pelos anos seguintes, para manutenção dos insetos. Ele afirma ainda que novas unidades devem ser construídas no Brasil.
O processo de liberação é dividido em três fases. Em um plano simulado para um município de 10 mil habitantes, na primeira fase, chamada de supressão, são liberados 2,5 milhões de insetos por semana (250 para cada habitante). Na consolidação, o total de lançamentos cai para um milhão por semana. As duas primeiras etapas duram de quatro a seis meses, cada uma delas. Na terceira e última fase, a de manutenção, são liberados 500 mil mosquitos machos por semana.

De acordo com o Ministério da Saúde, entre 1º de janeiro e 5 de julho deste ano, o país registrou 659.051 casos de dengue, total que é 52,5% menor que o do ano passado (1.388.776 notificações). A quantidade de mortes também diminuiu. Foram 249 óbitos entre 1º janeiro e 5 de julho deste ano contra 541 no mesmo período do ano passado.
Mosquito da dengue transgênico é macho, e se reproduz com fêmeas na natureza, gerando mosquitos que morrem antes da vida adulta (Foto: Eduardo Carvalho/G1)Mosquito da dengue transgênico é macho, e se reproduz com fêmeas na natureza, gerando mosquitos que morrem antes da vida adulta (Foto: Eduardo Carvalho/G1)
Fonte:g1.globo

Barbatanas de tubarão são expostas em calçada de Hong Kong


Parte do animal é um alimento muito apreciado para fazer sopas na China.Ambientalistas condenam comércio, por ameaçar populações de tubarões.

Centenas de barbatanas de tubarão são expostas em via de Hong Kong, na China. (Foto: Dale de La Rey/AFP)

Imagens divulgadas nesta quinta-feira (31) mostram centenas de barbatanas de tubarão expostas em uma via de Hong Kong, na China, país que é um dos maiores mercados consumidores desta parte do animal, utilizada na gastronomia.

Um dos pratos mais comuns é a sopa de barbatana de tubarão, servida em banquetes de casamento e festas de empresas. No entanto, ambientalistas afirmam que a demanda crescente coloca sob pressão as populações de tubarão pelo mundo.
Hong Kong é considerada a "capital da barbatana de tubarão", mas ativistas ambientais defendem que o comércio dessa parte do peixe deixe de existir.
O tamanho e o aspecto da barbatana é o que importa na preparação da sopa. As dorsais são mais caras que as ventrais ou peitorais, mas a cauda também é bastante apreciada, segundo os vendedores. As partes do tubarão-tigre são as mais procuradas. De acordo com a medicina tradicional chinesa, comer barbatanas fortalece a saúde e os ossos.
No Brasil, já é proibida a prática do "finning", que consiste em pescar o tubarão, cortar sua barbatana e devolvê-lo ao mar, onde acaba morrendo.

A peça é utilizada para produção de sopas de barbatanas, mas tem ameaçado as populações de tubarões em todo o mundo (Foto: Dale de La Rey/AFP

Fonte:g1.globo.com


terça-feira, 22 de julho de 2014

Tratamento promissor contra o câncer usa parasita intestinal dos gatos

Tratamento-promissor-contra-o-câncer-usa-parasita-intestinal-dos-gatos-discovery-noticias
Foto: Centro do Câncer Norris Cotton, Centro Médico Dartmouth-Hitchcock
Um parasita presente nas fezes dos gatos é a base de um tratamento que combate o câncer em ratos de laboratório, incluindo melanomas agressivos e tumores no ovário, segundo testes preliminares.
Toxoplasma gondii, um protozoário unicelular que se desenvolve no intestino dos felinos, pode provocar doenças em gatos e seres humanos. Mas os cientistas do Centro Médico de Dartmouth-Hitchcock encontraram uma forma de modificar o parasita, cuja nova “versão” teria uma impressionante ação anticancerígena.
“Descobrimos que este parasita é capaz de estimular as respostas imunológicas exatas para combater o câncer”, comenta David J. Bzik, professor de microbiologia e imunologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Dartmouth.
“A biologia desse parasita é diferente da de outros microorganismos de uso terapêutico, que mantêm contato apenas com a parte externa das células imunológicas”, explica a pesquisadora-associada Barbara Fox. “Ao ganhar acesso ao interior das células imunológicas, essa cepa modificada do T. gondii reprograma a ação natural do sistema imunológico para destruir células tumorais e cancerosas”.
O parasita mutante foi apelidado de CPS. Testes de laboratório mostram que ele não se reproduz dentro do organismo. Mesmo se o sistema imunológico do receptor estiver debilitado, como acontece com frequência durante a quimioterapia, o CPS ainda preserva sua ação anticancerígena.
“Os cânceres agressivos são como trens em alta velocidade,” compara Bzik. “O CPS é como um super-herói microscópico, que detém o avanço dos trens e os encolhe até fazê-los desaparecer”.
Durante os testes de laboratório, Bzik e seus colegas usaram o CPS para tratar casos extremamente agressivos de melanoma e câncer ovariano em ratos, que apresentaram um índice de sobrevivência sem precedentes.
Outra característica notável desta nova arma contra o câncer é que o CPS pode ser adaptado a um paciente específico.
“Nos futuros tratamentos clínicos, acreditamos que os parasitas poderão ser inseridos em células isoladas do paciente. As células ‘Cavalo de Troia’, contendo o CPS, seriam injetadas como uma vacina imunoterapêutica, gerando as reações necessárias para erradicar as células cancerosas e proporcionar imunidade duradoura contra recidivas da doença”.
Os pesquisadores ainda tentam entender por que o CPS é tão eficiente, e continuarão a analisar seus mecanismos e alvos moleculares.
“A imunoterapia com CPS é incrivelmente promissora na criação de novos tratamentos e vacinas contra o câncer”, conclui Bzik.
Se depender dos avanços da ciência nesse campo, as futuras gerações talvez vejam as ninhadas de gatinhos sob uma ótica inteiramente nova.
 Fonte: noticias.discoverybrasil.uol.com.br

Somália: à beira de nova crise de fome, alertam ONGs

















A Somália, que há três anos viveu uma crise de fome que deixou mais de 250 mil mortos, está à beira de uma novacatástrofe devido à seca na região, que só pode ser evitada por meio de ajuda humanitária urgente, alertaram neste domingo (20) organizações não governamentais (ONGs).

O alerta foi lançado pelo Consórcio de Organizações Não Governamentais da Somália, que inclui 19 instituições locais e internacionais, entre as quais a Action contre la Faim (ACF), Acted, Oxfam, Solidarités International ou World Vision. O comunicado também chama a atenção sobre a falta de fundos para ajudar a evitar a crise.

"Os sinais de seca reapareceram na Somália […] e não devem ser ignorados para evitar a voltar a cair nas mesmas condições que levaram à catástrofe de 2011", informou a nota. As ONGs apelaram a uma ajuda urgente e que se prolongue pelos próximos três a seis meses, afirmando que constam menos de 30% dos fundos necessários para fazer face à atual crise na Somália.

No dia 20 de julho de 2011, há três anos, quando uma das piores secas em 50 anos afetou mais de 10 milhões de pessoas na região do Chifre da África, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou estado de fome em diversas regiões da Somália, onde a situação de guerra e o caos permanente, desde 1991, agravaram a catástrofe climática.

Os seis meses de fome, que se estenderam em todo o país, fizeram quase 260 mil mortos, metade dos quais crianças com menos de 5 anos de idade, uma das piores fomes no mundo nos últimos 25 anos
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Carne bovina é dez vezes mais custosa ao meio ambiente, diz estudo

Criação de gado bovino demanda mais recursos naturais que demais culturas.

Estudo foi publicado nesta semana na revista científica 'PNAS'.

A carne de gado bovino é o segundo produto na composição do PIB, e a maioria dos municípios paraenses tem a pecuária como principal atividade. (Foto: Cristino Martins/O Liberal)Produção de gado bovino demanda de mais recursos naturais, como terra e água, que outras culturas (Foto: Cristino Martins/O Liberal)


O gado bovino demanda 28 vezes mais terra e 11 vezes mais irrigação que os suínos e as aves, e uma dieta com sua carne é dez vezes mais custosa para o meio ambiente, segundo um estudo publicado esta semana pela revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, a "PNAS".
A equipe observou as cinco fontes principais de proteínas na dieta dos americanos: produtos lácteos, carne bovina, carne de aves, carne de suínos e ovos. O propósito era calcular os custos ambientais por unidade nutritiva, isto é uma caloria ou grama de proteína. A composição do índice encontrou dificuldades dada à complexidade e variações na produção dos alimentos derivados de animais.
Por exemplo, o gado pastoreado na metade ocidental dos Estados Unidos emprega enormes superfícies de terra, mas muito menos água de irrigação que em outras regiões, enquanto o gado em currais e alimentado com ração consome principalmente milho, que requer menos terra, mas muito mais água e adubos nitrogenados.
A informação que os pesquisadores usaram como base para seu estudo proveio, majoritariamente, dos bancos de dados do Departamento de Agricultura.
Os insumos agropecuários levados em consideração incluíram o uso da terra, da água de irrigação, das emissões dos gases que contribuem ao aquecimento atmosférico, e do uso de adubos nitrogenados.
Carne 'cara'
Os cálculos mostraram que o alimento humano de origem animal com o custo ambiental mais elevado é a carne bovina: dez vezes mais alto que todos os outros produtos alimentícios de origem animal, inclusive carne suína e de aves. "O gado requer, na média, 28 vezes mais terra e 11 vezes mais água de irrigação, emite cinco vezes mais gases e consome seis vezes mais nitrogênio que a produção de ovos ou carne de aves", indica o estudo.
Por seu lado, a produção de carne suína ou de aves, os ovos e os lácteos mostraram custos ambientais similares. Os autores se mostraram surpreendidos pelo custo ambiental da produção de lácteos, considerada em geral menos onerosa para o ambiente.
Se for levado em conta o preço de irrigação e os adubos que se aplicam na produção da ração que alimenta o gado bovino para ordenha assim como a ineficiência relativa das vacas comparadas com outros bovinos, o custo ambiental dos lácteos sobe substancialmente.
A pesquisa foi conduzida por Ron Milo do Instituto Weizmann de Ciência, em Rehovot (Israel), com a colaboração de pesquisadores do Centro Canadense de Pesquisa de Energias Alternativas, do Conselho Europeu de Pesquisa, e Charles Rotschild e Selmo Nissenbaum, do Brasil.

Fonte: g1.globo.com

Tratamento precoce contra HIV não evita ressurgimento do vírus, diz estudo

HIV (Arquivo/Thinkstock)
Depósitos do vírus HIV foram encontrados nos tecidos no cérebro e intestinos
Uma pesquisa da Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, indica que tomar medicamentos contra o HIV logo que o vírus é detectado não cura a infecção nem evita o ressurgimento da doença.
O estudo publicado na revista Nature, realizado com macacos, sugere que "reservatórios virais" que se formam no organismo após a infecção surgem antes mesmo de o HIV ser detectado no sangue.

O uso de medicamentos antirretrovirais permite aos infectados manter o avanço do HIV sob controle, levando-os a ter uma expectativa de vida quase normal. Mas, se o tratamento com este medicamento é suspenso, o vírus acaba ressurgindo a partir destes depósitos.Esses depósitos de HIV nos tecidos do cérebro e no abodômem são considerados grandes obstáculos para se encontrar uma cura para a doença.
As pesquisas internacionais agora estão se concentrando em eliminar o vírus destes reservatórios. Até agora, havia a esperança de que um tratamento precoce pudesse evitar a formação desses locais – mas a pesquisa de Harvard provou que essa suposição estava errada.

Dias e semanas

No estudo, macacos rhesus foram infectados com o equivalente do HIV para macacos, o SIV, ou vírus da imunodeficiência entre símios.
Os animais então passaram a receber medicamentos antirretrovirais três dias ou até duas semanas depois da infecção.
O tratamento foi suspenso em todos os casos depois de seis meses. No entanto, o vírus ressurgiu independentemente da data em que a terapia antirretroviral começou.
Com isso, os cientistas demonstraram que os reservatórios virais se formaram muito cedo.
"Nossos dados mostram que, neste modelo com animais, o reservatório viral foi criado substancialmente cedo depois da infecção, (mais do que) era reconhecido anteriormente", afirmou Dan Barouch, professor de medicina na Escola de Medicina de Harvard.
"Descobrimos que o reservatório se estabeleceu nos tecidos nos primeiros dias de infecção, antes até de o vírus ser detectado no sangue", acrescentou.

Decepção

Recentemente uma bebê que nasceu nos Estados Unidos com o HIV e que todos acreditavam ter sido curada com um tratamento iniciado horas depois do nascimento, passou por exames que confirmaram o ressurgimento do vírus.
A bebê recebeu os medicamentos nos primeiros 18 meses de vida e depois, o tratamento foi suspenso.
Inicialmente o vírus não retornou e havia esperança de que, neste caso, ela tivesse sido curada.
Mas, na semana passada, foi anunciado o ressurgimento do vírus na menina, que atualmente tem quatro anos.
"A notícia triste do ressurgimento do vírus nesta criança ressalta ainda mais a necessidade de compreender o reservatório precoce (...) de vírus que se estabelece rapidamente depois da infeção por HIV nos humanos", disse Dan Barouch.
"Estes dados indicam que o reservatório viral pode ser criado substancialmente mais cedo do que se pensava, uma descoberta grave que coloca mais obstáculos aos esforços de erradicação do HIV", afirmaram Kai Deng e Robert Siciliano, da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, na cidade de Baltimore.

"Apesar de o tratamento precoce não evitar a formação do reservatório, ele mostrou, de forma consistente, ser capaz de reduzir o tamanho deste depósito", acrescentaram.

Fonte: BBC Brasil

Cientistas descobrem 80 genes ligados à esquizofrenia

BBC
Estudo internacional sugere que esquizofrenia pode ter causas biológicas
O maior estudo sobre esquizofrenia já realizado no mundo descobriu 80 novos genes que podem colocar os seus portadores em risco de desenvolver esquizofrenia.
A pesquisa, publicada na revista especializada Nature, sugere que a esquizofrenia pode ter causas biológicas e abre a possibilidade de novos tratamentos que possam surgir a partir das conclusões.

A iniciativa reuniu pesquisadores de 35 países e foi coordenada por cientistas da Universidade de Cardiff, na Grã-Bretanha.Há anos cientistas debatem o papel dos genes no desenvolvimento da esquizofrenia, um problema que afeta mais de 24 milhões de pessoas no mundo inteiro.
Os cientistas examinaram a formação genética de 37 mil pessoas que têm o problema, comparando-as com outras 110 mil pessoas que não sofrem de esquizofrenia.

'Nova biologia'

Os pesquisadores encontraram mais de cem genes que tornam as pessoas mais suscetíveis à esquizofrenia, sendo que 83 deles nunca tinham sido identificados antes.
Muitos destes genes estão envolvidos na transmissão de mensagens no cérebros. Outros são conhecidos por desempenhar uma função no sistema imunológico.
"Por muitos anos foi difícil desenvolver novas linhas de tratamento para a esquizofrenia. Fomos prejudicados pela pouca compreensão da biologia da doença", disse o professor da Universidade de Cardiff Michael O'Donovan.
"Descobrir um grupo totalmente novo de associações genéticas abre uma janela para experimentos mais bem informados com o objetivo de decifrar a biologia desta doença", afirmou. "Esperamos (criar) novos tratamentos."
O professor David Curtis, do University College de Londres, e um dos autores da pesquisa, conta que no passado a comunidade acadêmica "lutou com a opinião de que os problemas psiquiátricos não eram doenças 'reais'".
Por isso, diz, "os estudos genéticos pioneiros não tiveram muito sucesso".
"Agora mostramos, com confiança, que há processos biológicos envolvidos", afirmou. "Este estudo coloca a psiquiatria na mesma categoria de outras partes da medicina."
Para Gerome Breen, do King's College de Londres, que não participou da pesquisa, o estabelecimento de novas relações entre genética e esquizofrenia é "revolucionária".

"O tratamento com remédios para esquizofrenia não mudou muito desde a década de 1970. Agora temos uma grande quantidade de nova biologia para estudar, e uma série totalmente nova de ideias que podem abrir muitos caminhos para tratamentos."

Fonte: BBC Brasil

sábado, 19 de julho de 2014

Reino Unido apela ao público para tentar salvar abelhas da extinção

Mortalidade ao redor do planeta ameaça a polinização de flores e frutas.
Entre as possíveis causas estão o uso excessivo de pesticidas.
Abelhas estão diminuindo ao redor do mundo e cientistas ainda não descobriram motivo. (Foto: AFP Photo/Philippe Huguen )Abelhas estão diminuindo ao redor do mundo e cientistas ainda não descobriram motivo. (Foto: AFP Photo/Philippe Huguen )
Cinco passos podem ajudar a conter o declínio das populações de abelhas e outros polinizadores vitais para manter a cadeia alimentar da qual as pessoas dependem, afirmaram as autoridades britânicas nesta semana ao fazer um apelo público.
Governos de todo o mundo têm se alarmado com o forte declínio no número de abelhas, que desempenham um papel fundamental nos ecossistemas, especialmente nos cultivos que compõem grande parte da alimentação humana.
Segundo a agência France Presse, os cinco passos são: plantar mais flores, arbustos e árvores ricas em néctar e pólen; deixar trechos de terra livres para o crescimento de plantas silvestres; aparar a grama com menos frequência; evitar perturbar ou destruir insetos aninhados ou em hibernação; e pensar cuidadosamente antes de usar pesticidas.
"Polinizadores como as abelhas são vitais para o meio ambiente e para a economia, e eu quero assegurar que faremos tudo o possível para salvaguardá-los", disse o vice-ministro de Meio Ambiente, Rupert de Mauley.
"É por isso que estamos encorajando a todos para que adotem algumas poucas ações simples e façam seu papel em ajudar a proteger nossas abelhas e borboletas", acrescentou.
Estratégia nacional para polinizadores
Os cinco passos impulsionados pelo Ministério do Meio Ambiente são divulgados antes da publicação pelo governo, prevista para este ano, de uma estratégia nacional para proteger polinizadores.
A organização Amigos da Terra saudou a iniciativa, mas instou o governo a trabalhar para limitar o uso de pesticidas, que se acredita ser um fator chave neste declínio.
"O governo também precisa desempenhar seu papel, fortalecendo sua vindoura Estratégia Nacional de Polinizadores para responder a todas as ameaças que as abelhas enfrentam, especialmente apoiando os fazendeiros a reduzir o uso de pesticidas e contendo a perda continuada de hábitat vital como as pradarias", disse o diretor executivo Andy Atkins.
O governo britânico tem sido criticado por se opor às restrições da União Europeia ao uso de vários neonicotinoides em cultivos favorecidos pelas abelhas. As substâncias têm sido vinculadas ao declínio nas populações de abelhas e aves.
Importância das abelhas
A mortalidade de abelhas ao redor do planeta ameaça ambos os processos. Entre as possíveis causas já listadas estão o uso excessivo de pesticidas, como os neonicotinoides, excesso de parasitas que afetam esses insetos, poluição do ar e da água, além do estresse causado pelo gerenciamento inadequado das colmeias.

Investigar essas e outras hipóteses é importante, porque pode evitar um possível caos ambiental. O declínio põe em risco a capacidade global de produção de alimentos.
Para se ter ideia, segundo a Organização das Nações Unidas, os serviços de polinização prestados por esses insetos no mundo – seja no ecossistema ou nos sistemas agrícolas -- são avaliados em US$ 54 bilhões por ano. Além disso, 73% das espécies vegetais cultivadas no mundo são polinizadas por alguma espécie de abelha.
Fonte: g1.globo.com

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Cientistas descobrem nova espécie de dinossauro com 'quatro asas'

Espécie tinha membros anteriores e posteriores cobertos de penas.
Do tamanho de peru, Changyuraptor yangi possivelmente voava ou planava


 Concepção artística mostra novo dinossauro emplumado descoberto na China (Foto: Reuters/S. Abramowicz/Dinosaur Institute/NHM)Concepção artística mostra novo dinossauro emplumado descoberto na China (Foto: Reuters/S. Abramowicz/Dinosaur Institute/NHM)
O fóssil de um estranho dinossauro com quatro membros cobertos de penas semelhantes a asas, escavado na China, pode fornecer novas evidências sobre as origens das aves, informaram cientistas em um estudo publicado esta terça-feira (15) na revista "Nature Communications".
Denominada Changyuraptor yangi, a criatura tem membros anteriores semelhantes a asas, assim como pernas cobertas de penas, que se assemelham a um segundo par de asas. Seu corpo mede 1,3 metro do bico até a ponta da longa cauda.Escavado na província de Liaoning, no nordeste da China, o fóssil bem preservado pertenceu a um predador de 125 milhões de anos do tamanho de um peru.
"Com 30 centímetros de comprimento, as impressionantes penas da cauda do Changyuraptor são, de longe, as mais longas de qualquer dinossauro emplumado", explicou Luis Chiappe, do Museu de História Natural de Los Angeles.
Dinossauros semelhantes, que também aparentam ter quatro asas, são conhecidos como microraptors. Este é o maior microraptor já encontrado, com peso estimado em 4,5 quilos.
 Fósseis do dinossauro 'Changyuraptor yangi' foram encontrados no dordeste da China (Foto: Reuters/L. Chiappe/Dinosaur Institute/NHM)Fósseis do dinossauro 'Changyuraptor yangi' foram
encontrados no dordeste da China (Foto: Reuters/
L. Chiappe/Dinosaur Institute/NHM)
Apesar dos dois pares de "asas", a destreza com que voavam pelos céus ainda é tema de grande discussão. A nova descoberta sugere que, no caso do Changyuraptor, voar ou planar era bastante possível. As penas da cauda superlonga poderiam fornecer controle aerodinâmico, garantindo que a criatura fizesse um pouso seguro.
Se for esse o caso, será preciso repensar a teoria segundo a qual as aves evoluíram apenas dos terópodes (dinossauros bípedes) pequenos e emplumados.
"O novo fóssil atesta que o voo do dinossauro não se limitou a animais muito pequenos, mas a dinossauros com tamanho mais robusto", escreveu Chiappe em um comunicado à imprensa. "É claro que necessitamos de muito mais evidências para compreender as nuances do voo do dinossauro, mas o Changyuraptor é um grande salto na direção certa", acrescentou.
Datar a origem das aves tem sido motivo de discussão entre os paleontólogos.
Por décadas, o título de "primeira ave" pertenceu ao Archaeopteryx, um dinossauro de 150 milhões de anos, do qual 11 espécimes foram encontrados em minas de calcário na Alemanha. Mas alguns anos depois, foram descobertos na China fósseis de 160 milhões de anos do que parecem ser antepassados do Archaeopteryx.
A cauda do Changyuraptor contribui para a discussão ao mostrar os longos caminhos evolutivos que levaram ao aparecimento da primeira ave.
"Muitas características que há muito tempo estiveram associadas com as aves evoluíram nos dinossauros muito antes que as primeiras aves entrassem em cena", disse outro pesquisador, Alan Turner, da Universidade Stony Brook, em Nova York.
"Isto inclui ossos côncavos, comportamento de construir ninhos, penas. E possivelmente, o voo", acrescentou.

Fonte: g1.globo.com