Doença respiratória já atingiu 55 pessoas no globo, das quais 31 morreram.
Agência diz que mundo também devem estar em alerta para H5N1 e H7N9.
Novo coronavírus visto ao microscópio (Foto: AFP) |
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou na segunda-feira (10) que o novo coronavírus Mers (sigla para Síndrome Respiratória Coronavírus do Oriente Médio) tem potencial para se transformar em uma pandemia.
Para que isso não ocorra, a OMS está divulgando novas diretrizes para orientar profissionais de saúde de todo o mundo a se manterem atentos aos sintomas da doença.
Segundo a agência, o planeta também está em "fase de alerta" em relação a duas variações de gripe aviária capazes de infectar os seres humanos: os vírus influenza A (H5N1), que surgiu há uma década, e (H7N9), detectado desde março na China.
"Estamos tentando descobrir o máximo que pudermos, e estamos preocupados com esses (três) vírus", disse Andrew Harper, consultor especial da OMS para saúde sanitária e ambiente, em entrevista coletiva convocada para explicar a nova escala de risco do órgão sobre pandemias.
A diretriz provisória, a ser concluída ainda este ano, incorpora lições da pandemia de 2009/10 da gripe suína A (H1N1), que causou cerca de 200 mil mortes, número compatível com os óbitos das gripes sazonais comuns.
A nova escala da OMS, ajustada para incluir a noção de severidade na avaliação de risco, tem apenas quatro fases, em vez das seis anteriores. A ideia é permitir que os países tenham maior flexibilidade na avaliação dos problemas locais.
"A preocupação internacional com essas infecções é elevada, porque é possível que esse vírus se desloque pelo mundo. Já houve vários exemplos em que o vírus se transferiu de um país para outro por intermédio de viajantes", disse a OMS sobre o coronavírus Mers, que causa tosse, febre e pneumonia.
Viajantes já transportaram esse novo vírus do Oriente Médio para países como Grã-Bretanha, França, Alemanha e Itália. Pessoas infectadas também foram encontradas na Jordânia, no Qatar, na Tunísia e nos Emirados Árabes Unidos.
"Consequentemente, todos os países do mundo precisam assegurar que seus profissionais de saúde estejam cientes do vírus e da doença que ele pode causar, e que, quando casos inexplicados de pneumonia forem identificados, o Mers-CoV (coronavírus) seja considerado."
O Mers-CoV – parente distante da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que surgiu na China em 2002 e matou mais de 800 pessoas em todo o mundo – foi identificado primeiro na Arábia Saudita, no ano passado. Até agora, a doença já foi confirmada em 55 pessoas no mundo inteiro, das quais 31 morreram. Quarenta casos ocorreram na Arábia Saudita, principalmente em um hospital na província de Al Ahsa, no leste do país.
"O número total de casos é limitado, mas o vírus causa a morte em cerca de 60% dos pacientes", disse a OMS, ao apresentar os resultados de uma missão de especialistas internacionais que passou uma semana na Arábia Saudita, até o último domingo.
A OMS ainda não apresentou orientações específicas para viajantes que vão participar do haj, peregrinação que leva milhões de muçulmanos anualmente à Arábia Saudita e que, em 2013, cai em outubro.
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